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Governador Zema pode indicar dois deputados para compor secretariado

Voltou a circular nos corredores da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG) a informação de que o governador Romeu Zema (Novo) pode aceitar a ida de dois deputados estaduais para compor seu secretariado como forma de acomodar as forças políticas de apoio ao governo no âmbito daquela Casa. Essa notícia não é nova. No início de fevereiro foi difundida, sofreu uma acomodação, mas agora está novamente na pauta de alguns políticos.

Se essa tese for confirmada, os nomes escolhidos, segundo fontes, seriam os deputados estaduais, Mario Henrique Caixa (MDB) e seu colega de parlamento Carlos Henrique Alves da Silva (PRB). Neste caso seriam beneficiados os suplentes Ivair Nogueira e Isauro Calais, ambos do MDB. Essa acomodação teria por finalidade atender ao grupo do bloco independente com 19 parlamentares. Isso porque, atualmente, apenas o PSDB faz parte do governo de maneira organizada por meio de indicação do secretário de Governo, Custódio Mattos e do líder do Governo na ALMG, Luiz Humberto Carneiro.

A união do bloco independente com o governista, liderado pelo deputado tucano Gustavo Valadares e, com 21 parlamentares, já deixaria Zema com uma estrutura bem mais forte no âmbito do Legislativo. Consta nos bastidores que estariam por trás desta costura, o ex-presidente da ALMG Adalclever Lopes e o também influente e ex-secretário de Governo Danilo de Castro, tido como um grande conhecedor dos meandros da política do interior do Estado.

Ambiente hostil

Apesar de várias incursões do governador demonstrando sua afabilidade no sentido de estabelecer um bom diálogo com os parlamentares estaduais, na prática não tem nada de real quanto a um apoio sólido do Executivo para com eles. Há, segundo se comenta nos corredores, apenas sinalizações positivas, como a indicação do deputado João Magalhães (MDB) para a Comissão de Finanças, considera uma das mais importantes. Tirando isso, as reclamações continuam. Os deputados querem saber como ficam, por exemplo, às nomeações de cunho político, começando pelos diretores regionais do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG), os membros da Secretaria da Saúde em diferentes localidades e, até mesmo, a indicação dos delegados regionais de polícia.

Em verdade, sem esse fisiologismo, todos os entendimentos até agora entabulados podem virar pó a qualquer momento. O teste para confirmar isso será a votação de projetos importantes enviados pela Cidade Administrativa à ALMG. Pela ótica de muitos observadores, a matéria já em debate na Comissões Temáticas deve ter um curso normal. Contudo, essa seria apenas uma demonstração de boa vontade. A partir de então, tudo seria diferente. A não ser que o tesouro do Estado demonstre musculatura suficiente para que as “gordas” emendas parlamentares sejam repassadas às bases dos deputados. Somente assim, a situação ficaria mais tranquila.

No geral, a reunião recente entre o chefe do Executivo com 37 dos 77 deputados no Palácio do Governo não trouxe, pelo menos por enquanto, nada de positivo. “Foi um encontro cordial, porém não houve nada de concreto. Apenas promessas. Mas nós, deputados, temos um compromisso com os prefeitos e as entidades do interior, por isso precisamos ofertar respostas positivas de suas realizações às nossas lideranças. Não tem sentido ficarmos somente no campo da expectativa. Mesmo que tenhamos de esperar as coisas se ajeitarem, em determinado momento, seria importante o governador resolver nos atender na prática”, comentou um dos parlamentares presentes à referida reunião.

Agora, passado o Carnaval, a assessoria política do titular do Palácio da Liberdade deve se dedicar, de maneira mais direta, para alinhar sua convivência com a denominada Casa do Povo.