Nos últimos anos, o Brasil viu um crescimento de academias de pilates. Segundo levantamento da fabricante de equipamentos para a modalidade MetaLife, estima-se que, atualmente, existam cerca de 45 mil estúdios dedicados à prática espalhados pelo país.

De acordo com a fisioterapeuta e instrutora de pilates, Isley Lauar, a modalidade é um método de condicionamento físico que trabalha corpo, mente e espírito. “Centralização, controle, concentração, respiração, precisão e fluidez são os seis princípios trabalhados e os praticantes precisam aprender a dominá-los com o próprio corpo, a fim de criar um sistema inteligente de movimentação que restaura as funções primárias, como mobilidade e força”.

Isley explica ainda que homens e mulheres de todas as idades e qualquer biotipo podem fazer pilates. “Tem a visão de condicionamento, que é ligado tanto ao alto rendimento do indivíduo atleta, como também a visão terapêutica e reabilitadora para idosos mais frágeis, indivíduos com quadros físicos de dor, que não seja aguda e inflamatória, adolescentes em fases de crescimento e também crianças. Porém, há uma metodologia adaptada para o pilates kids, porque a forma de execução, o ajuste da aula e a forma de passar os exercícios são distintas”.

A fisioterapeuta esclarece que, hoje em dia, fala-se em pilates contemporâneo, uma reunião de modalidades novas que vieram pela evolução e interpretação de profissionais da dança, educação física e fisioterapia. “Isso resultou em várias formas de aplicação, como o pilates suspensus, que tem uma visão mais acrobática e circense, o cross pilates, fusão do treinamento funcional e pilates com equipamentos, além dos vários aparelhos que foram colocados no mercado para diversificar o treino”.

Na prática, os movimentos trabalham o fortalecimento muscular e a mobilidade ao mesmo tempo. Para a instrutora, esses são os dois principais benefícios. “Também traz estabilização, melhora da consciência corporal, do parâmetro de respiração, do equilíbrio muscular e do corpo no espaço, mais coordenação, controle sobre os movimentos, equilíbrio da ação em cadeia muscular, além da parte de bombeamento muscular, que reside na circulação sanguínea e que é incrementada pelos exercícios”.

Nas grávidas, a modalidade pode ser aplicada durante todos os meses de gestação e para cada um deles há um entendimento de objetivos e indicações para a mulher. “A prática faz a diferença nos cuidados do períneo, da força abdominal, na prevenção de dores e outros agravos, além de auxiliar no pós-parto na restauração do corpo desde as questões posturais, até prevenção, controle ou tratamento de dores que podem surgir durante a gravidez”.

Ela acrescenta que além da prevenção a diástase abdominal, o pilates melhora a questão respiratória, já que o bebê irá ocupar um grande espaço no abdômen. “Trabalha força e estabilização que vai ganhando frouxidão devido aos hormônios, prepara a mobilidade pélvica, força na coluna, entre outros benefícios”.

A servidora pública Sandra Dias, que praticou pilates por alguns anos, diz que durante o período que fazia os exercícios regularmente, percebia mudanças positivas em seu corpo. “Foi o primeiro passo para sair do sedentarismo. Após um tempo que comecei, senti mais elasticidade e mobilidade, além de melhoria nas dores, motivação para a rotina, aumento da força muscular e até emagreci e diminui minha numeração de roupas”.

Buscando alguma atividade, a estudante Rafaela Mara decidiu decidiu praticar o pilates. “Mentalmente, sinto que auxiliou na minha ansiedade, concentração e respiração. No corpo me deu mais elasticidade, força nos músculos, ajudou na dor no joelho que já sentia há anos, além da coordenação motora, postura e equilíbrio que também melhoraram depois que passei a frequentar as aulas”.

Ela acrescenta que era preguiçosa e sedentária. “Você não quer parar depois que começa a se exercitar e sente as mudanças em tudo. O pilates não é apenas para quem deseja ficar com um corpo bonito, ele também melhora a sua qualidade de vida”.