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Estudo revela por que jovens dedicam pouco tempo à prática de esportes

Foto: Freepik.com

 

Um estudo promovido pelo Grupo Allianz, em parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI), trouxe dados importantes sobre o envolvimento da juventude com a prática esportiva. A pesquisa, que ouviu 5 mil jovens entre 12 e 24 anos e 2 mil pais, em dez países, mostrou que 72% deles entendem ser importante a participação esportiva e 90% dos entrevistados dizem que praticar esportes melhora a saúde física. No entanto, o tempo gasto pelos adolescentes nessas atividades é considerado baixo. Somente 20% das pessoas ouvidas são fisicamente ativas por cinco ou mais horas por semana.

O professor de educação física, Marcos Silveira, diz que o sedentarismo é um problema preocupante na nossa sociedade atual. “É importante mostrar para os jovens que a prática do esporte faz bem tanto para o corpo quanto para a mente. No caso das crianças, a vivência esportiva contribui para questões sociais, físicas e emocionais. O esporte possibilita que os pequenos experimentem trabalho em equipe, exercitem a disciplina e o senso de responsabilidade, tenham controle emocional, sejam mais sociáveis e criativos, sem falar na alegria e energia que o próprio exercício gera”.

Na pesquisa, os entrevistados apontaram quatro principais motivos para não praticarem esportes por mais tempo ao longo da semana. A carga horária dividida com outras obrigações é colocada como o maior empecilho para ampliar o tempo de atividade física esportiva. Outra situação apontada pelos entrevistados diz respeito à realização de atividades sozinho ou na companhia de desconhecidos. Os jovens preferem praticar esportes com pessoas do seu convívio. O custo de vida também é lembrado como um desafio por 37%. Apesar de a pandemia da COVID-19 ter se encerrado em maio de 2023, ela é citada por 34% deles como uma preocupação constante que impede a prática esportiva com maior frequência.

Silveira conta que a restrição social causada pela crise sanitária fez com que muitas pessoas se afastassem do esporte. “Para os adolescentes, principalmente, o uso de telas ficou excessivo, já que era o único lazer disponível no momento. Então, devemos nos engajar para explorar mais opções de lazer, competições e projetos que colaborem para que as pessoas cuidem da saúde”.

Entre os entrevistados, a diversão foi apontada por 56% como o primeiro motivo para praticar esportes. Depois são citadas: melhorar a saúde física (54%), estar em forma (50%), ficar com mais energia (47%) e melhorar a saúde mental (47%). Quem pratica esporte se sente mais contente e autoconfiante e ainda relata evolução na performance escolar.

O professor revela que cada esporte possui suas particularidades que envolvem as pessoas e as fazem optar por qual praticar. “As atividades físicas permitem que crianças e adolescentes aprendam a lidar com as diferenças e limitações de outras pessoas, e também apresenta a eles realidades diferentes das suas. Ao participarem de uma ou mais modalidades esportivas, as crianças e os jovens desenvolvem competências técnicas e habilidades emocionais e cognitivas que são essenciais para a formação integral”.

A pesquisa traz um recorte que demonstra que a percepção da importância da prática esportiva é maior entre homens (77%) do que entre mulheres (67%) e que essa noção decai com a idade: 12 a 15 anos (75%), 16 a 19 anos (71%) e 20 a 24 anos (70%).

Um ponto central para que mais meninas pratiquem esportes é a criação de espaços seguros. “Isso é extremamente importante, aliado ao incentivo dentro e fora de casa. Além disso, assistir aos jogos, distribuir informações, dar o protagonismo para essas mulheres para se tornarem referências”, destaca Silveira.

O profissional afirma que existem várias maneiras de incentivar a prática de esportes e atividades físicas no Brasil e combater o sedentarismo. “Criar programas de atividades físicas gratuitas ou de baixo custo em comunidades carentes ou em espaços públicos, incentivar as empresas a oferecerem incentivos aos funcionários para que se exercitem e se mantenham ativos”.

“Fazer campanhas publicitárias e educacionais para sensibilizar as pessoas sobre os benefícios da atividade física e os malefícios do sedentarismo, promover a prática de esportes nas escolas e universidades e criar eventos esportivos locais ou nacionais que incentivem a participação das pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico”, finaliza.