Dados do Relatório sobre o Comportamento do Consumidor, lançado pela All iN | Social Miner, em parceria com a Neotrust, Vindi, Octadesk e Delivery Direto, apontam que, no ano passado, o e-commerce cresceu 26% em relação a 2020. O faturamento chegou a R$ 161 bilhões, com 353 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 455. Dentro destes valores, as categorias de produtos que mais faturaram foram celulares (20%), eletrodomésticos (13%), eletrônicos (10%), informática (9%) e moda (9%).
Puxado pela Black Friday, novembro foi o ano mais importante para o e-commerce. De acordo com uma pesquisa sobre a jornada de compras na Black Friday, feita em parceria com Opinion Box, 60% tinham intenção de adquirir algo na data e cerca de 43% dos consumidores afirmaram monitorar preços até um mês antes do maior evento comercial do ano.
A categoria que mais cresceu em número de visitas em 2021, com aumento de 132% em relação ao ano anterior, foi a de farmácia e saúde. Outra que teve avanço foi a de materiais de construção, com incremento de 46% nas visitas. Dentro de 2021 também aconteceram variações nas buscas entre o primeiro e segundo semestre do ano. Eletrodomésticos e eletroportáteis foram procurados 58% a mais na segunda metade do ano. Já materiais de construção e bebidas tiveram destaque no primeiro semestre.
Para o economista Alexsandro Nishimura, a pandemia ajudou a acelerar uma tendência já em andamento, uma vez que o e-commerce já apresentava constante crescimento. “Por exemplo, sua participação no comércio varejista era de 4,6% em janeiro de 2018 e passou para 5,9% no mesmo mês de 2020, às vésperas do início das restrições. Em janeiro de 2021 saltou para 10% e finalizou o ano em 12,2%”.
Ele acrescenta que o percentual de consumidores em relação ao número de internautas no Brasil também se expandiu. “Saindo de 7,6% no primeiro trimestre de 2018 para encerrar o último trimestre de 2021 com 18,5%. Por isso, acredito que a tendência de crescimento se manterá, pois é algo natural dentro do ambiente de transformação digital. A taxa de avanço, entretanto, se dará de forma mais lenta, visto que as restrições estão se reduzindo e o poder de compra dos consumidores está pressionado”.
Expansão
O especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, esclarece que a tecnologia e a digitalização na vida das pessoas e a curva de fusão dos comportamentos reforçam que facilidade e conveniência fazem com que o e-commerce siga avançando. “Isso sem falar nas empresas, especialmente, as pequenas e médias, que incorporaram finalmente os canais digitais. Isso é reflexo de mais pessoas usando a tecnologia, se interessando pelo tema, bem como a transição geracional. Esses fatores indicam uma curva de incremento contínuo”.
Seguindo a tendência on-line, uma empresa mineira de produtos para construção entrou para o digital em 2021. “O aumento nas aquisições foi perceptível. Observo que o consumidor brasileiro se adaptou a esse formato, por isso investimos cada vez mais. Estamos, inclusive, otimistas para este ano. Nossa intenção é incrementar as vendas e crescer 25% apenas com o e-commerce até dezembro”, relata Matheus Santiago, gerente comercial da corporação.
O mesmo entusiasmo é mantido por Ingrid Ribeiro, proprietária de um brechó, que opera apenas no ambiente on-line. Ela conta que conseguiu aumentar em 50% as vendas focando somente no ambiente virtual. “Além de ter uma economia grande nas despesas, consigo atingir pessoas de vários lugares do Brasil. Já tenho clientes de estados que nem imaginava que pudesse alcançar. Em 2022, acredito que todo o setor de varejo on-line vai crescer bastante e espero que meu negócio acompanhe essa evolução”, finaliza.