A recente viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Oriente Médio, tendo ao lado o governador mineiro Romeu Zema (Novo), é uma estratégia do Palácio do Planalto de fazer uma aproximação política entre ambos. Tudo isso por conta das eleições de 2022, embora, até o momento, nenhuma das partes admitam essa possibilidade.
Para garantir a solidez dessa informação, eis uma medida prática: o Palácio Tiradentes, a pedido do chefe do Executivo mineiro, colocou na agenda sua viagem aos Emirados Árabes Unidos como prioridade absoluta. Ou seja, a máquina pública está sendo usada para interesses eleitoreiros.
O contato entre as duas autoridades veio conquistando espaço desde que foi detectada a intenção do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), de entrar na disputa no próximo ano. Isso aconteceu em agosto passado, quando os assessores presidenciais alertaram: é hora de escolher um lado em Minas Gerais.
Nos bastidores do Congresso circulam informações de que tanto Bolsonaro, quanto o ex-presidente Lula (PT), apostam nas parcerias em Minas Gerais. Eles almejam um grande número de candidatos ao governo do estado para facilitar a vida de ambos. Por isso, ficariam felizes, por exemplo, se Zema, o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), o senador Carlos Viana (PSD) e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) entrassem nessa disputa. Aguarda-se ainda o nome que será lançado pelo PSDB.
Enquanto isso, o presidente do Senado fica na espreita, dando tempo ao tempo e analisando o vai e vem dos acontecimentos. Sua decisão política só deverá ocorrer em abril do próximo ano. Pacheco, porém, caso seja confirmado como um nome para a terceira via, irá lutar pela unificação das forças políticas mineiras, uma realidade fundamental perante um eleitorado que representa, em média, 10% do contingente brasileiro.
A remota possibilidade de Tramonte ser candidato à política majoritária tem sido pauta de conversas entre o vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente do Republicanos em Minas, o deputado federal Gilberto Abramo.
Kalil no interior
Fontes confiáveis sentenciam: o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, já está selecionando os nomes de auxiliares que irão deixar a prefeitura em abril do ano que vem. Por outro lado, ele tem marcado encontros e conversações com lideranças de diferentes pontos do estado. Se recentemente foi dito que apenas o Leste era sua preferência, agora, sua atuação está se concentrando no Triângulo Mineiro e na Zona da Mata.
Do Vale do Jequitinhonha, também surgem ramificações de lideranças aplaudindo o projeto político do prefeito, tendo em vista a sua pretensão de se tornar o titular do Palácio Tiradentes. Mas, a guerra sobre a sucessão marcada para 2022, está só começando. Tanto é que amigos do governador Zema continuam disseminando sobre a falta de aptidão de Kalil em ser, efetivamente, uma alternativa nessa disputa que se aproxima.