A imprensa mineira já começa a especular em relação aos nomes que possam disputar o Senado no próximo ano, visto que o mandato do atual senador Antonio Anastasia (PSD) termina em 2022. A sua vaga é a única disponível, pois os dois outros colegas, Rodrigo Pacheco (DEM) e Carlos Viana (PSD), cumprirão os seus cargos até 2026.
Anastasia, no entanto, não tem protagonizado cenas que permitam nutrir esperança em relação a uma possível candidatura à reeleição. Em Belo Horizonte, onde sempre residiu, ele não é visto sequer na fila da padaria para comprar um pãozinho. A especulação de Brasília indica a sua pretensão em se tornar ministro do Tribunal de Contas, mas tudo também não passa de expectativa, pois não há uma definição de seu grupo político sobre esse tema.
A rigor, Anastasia conseguiu um bom espaço na imprensa quando mudou de partido há cerca de um ano. Ele abandonou o PSDB, de seu antigo padrinho Aécio Neves, para se juntar ao amigo, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), uma jogada política que até hoje não foi bem explicada para todos, especialmente, para os seus eleitores. Nos corredores da Assembleia, à época desse certame, dizia-se: “foi apenas para tentar sobreviver politicamente, já que seu antigo grupo estava mergulhado em um mar de denúncias e coisas mais”.
Novos nomes
Nos meandros da política estadual são citados nomes com potencial de tentar abiscoitar a vaga de Anastasia. O primeiro a se inserir nesta lista de pré-candidatos no ano vindouro é o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda. Delegado da Polícia Civil licenciado e prefeito de Moema por dois mandatos, conseguiu a proeza de eleger Alaelson Oliveira (MDB) à frente da prefeitura da cidade no final do ano passado. No comando da AMM, Julvan mantém contatos permanentes, atendendo as reivindicações mais urgentes dos prefeitos e das lideranças dos mais de 800 municípios. Intermediou grandes acordos em favor de seus associados, enfrentou poderosos, como governadores do estado, ministros e outras autoridades do governo federal, tudo na tentativa de buscar o melhor para seu grupo.
Filiado ao MDB desde sempre, Julvan tem conversado bastante com o atual secretário de Governo da PBH, Adalclever Lopes. Só para registrar, Adalclever é o tesoureiro do diretório estadual do MDB, mesma sigla de Julvan. Neste limiar de 2021, o dirigente da AMM já tratou de assuntos políticos também com o próprio prefeito Kalil, e ainda: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o ex-secretário Danilo de Castro (PSDB), e por fim, ele demonstra ser muito próximo ao governador Romeu Zema (Novo), um dos encorajadores de seu projeto político.
Um levantamento feito por jornalistas da crônica política chega a ser curioso. No momento, além de Julvan, não há nomes expoentes com popularidade para se lançar nesta peleja. A não ser que políticos conhecidos, como o deputado estadual Mauro Tramonte (PRB) queira deixar a Assembleia Legislativa para alçar voos mais altos. No último pleito, ele sagrou-se como o mais votado na história do parlamento mineiro, conquistando mais de 500 mil votos.
Outro político sempre mencionado pela mídia é o chefe do Executivo de Betim, Vittorio Medioli (PSD). Empresário de sucesso, ex-deputado federal, agora reeleito para mais 4 anos como titular daquela prefeitura, Medioli não tem essa pretensão e se aceitasse o desafio seria para uma composição política, segundo dizem pessoas que o conhecem. Ele é muito próximo ao prefeito Kalil, candidato declarado ao governo de Minas.