Todos sabem que a atividade física é uma importante aliada para a saúde. Mas, uma pesquisa feita pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), juntamente com o Comitê Paralímpico Brasileiro, apontou que, com a pandemia, ela pode não ser uma boa ideia. É que, segundo o estudo, a prática de exercício físico com carga do treino elevada pode causar redução no sistema imunológico em até 72 horas, deixando a pessoa mais suscetível ao vírus.
O professor do Departamento de Esportes da EEFFTO, Marco Túlio de Mello, explica que não é o momento de se exercitar ao ar livre e nem na academia. “Quando a pessoa faz a atividade física, sua frequência respiratória fica maior, todo mundo ali exala uma quantidade de oxigênio e, automaticamente, de micropartículas e vírus, que serão lançados mais longe do que um ou dois metros, podendo chegar a até 10 metros”.
Ele ressalta a importância de dar atenção à pesquisa, afinal não há como saber a ação do coronavírus em cada organismo. “É hora de ficar mais quieto, não começar nenhum exercício do zero e, para quem já pratica, não exagerar e manter a prática leve”.
O professor acrescenta que é preciso entender que estamos vivendo algo novo, portanto, não sabemos qual será a consequência longitudinal da pandemia. “E o que esse vírus pode trazer cronicamente no sistema imunológico, artérias, pulmões, parte sistêmica e geral e circulatória, por isso é prudente que todos fiquem em casa”.
Maneirar é o verbo
Ele informa que quando feito em uma intensidade mais forte, vigorosa e extrema, o exercício acaba causando baixa no sistema imunológico. O professor explica que essa redução da imunidade pode deixar a pessoa mais suscetível a doenças. “Quando ela for a uma padaria, supermercado ou farmácia, por exemplo, pode estar mais exposta ao vírus. O perigo começa quando a pessoa passa a se exercitar com uma carga pesada. É preciso optar, neste momento, por algo moderado para baixo”, ensina.
No entanto, como a atividade física tem sido uma válvula de escape para muitos durante o isolamento social, ele orienta que se exercitar sozinho requer muita atenção. “Tudo vai depender, por exemplo, se a pessoa vai fazer o exercício de maneira adequada, que não cause nenhum problema ortopédico e não traga risco”.
Para finalizar, o professor esclarece que, após 6 meses ou um pouco mais, a atividade física melhora significativamente nosso sistema imunológico, mas que isso acontece em longo prazo. “Contudo, para que isso ocorra, o praticante precisa ter boa saúde, dormir bem e ter uma boa nutrição”.