O Carnaval deixou de ser uma data “morta” para Belo Horizonte. Há 3 anos, os moradores da capital optavam, em sua maioria, por procurar diversão em outras cidades, mas, atualmente, essa realidade mudou. De acordo com a prefeitura, a expectativa é que circulem 4,6 milhões de foliões entre os dias 16 de fevereiro e 10 de março, 20% a mais que em 2018, quando a capital recebeu 3,8 milhões de pessoas.
Com o aumento da folia, quem ganha são os comerciantes locais. De acordo com a pesquisa Expectativas para o Carnaval 2019, realizada pela área de Estudos Econômicos e o setor de Negócios Turísticos da Fecomércio MG, 80,7% dos empresários ouvidos esperam que a festa seja positiva para o setor de comércio, serviços e turismo. Em 2018, o percentual era de 80,2%, mantendo-se estável. A atração de mais turistas (56,3%), o crescimento do movimento (27,7%) e a maior divulgação (12,7%) foram os principais motivos destacados para o otimismo em relação ao período.
A analista de turismo da Fecomércio MG, Milena Soares, afirma que os empresários estão acompanhando a movimentação durante essa época do ano e se planejando melhor para receber os foliões. “Antes, os belo-horizontinos buscavam outras cidades para se divertirem, agora há um movimento contrário, pois pessoas de outros locais vem para cá. A previsão é de que sejamos o terceiro maior Carnaval do país”.
Milena ressalta que, assim como outras datas comemorativas, o Carnaval também está recebendo atenção especial dos lojistas. “É possível ver que as lojas estão decoradas para o período e, além disso, há a oferta de produtos específicos”.
Os dados corroboram com a fala da analista. Ainda de acordo com a pesquisa, 4,4% das empresas estarão em atividade. Entre as que irão funcionar durante as festividades, 72,2% abrirão todos os dias e 65,9% realizaram investimento para a data. As ações que mais se destacam, neste contexto, são o aumento do estoque dos produtos do comércio (45,9%) e o treinamento de funcionários (34,8%).
[box title=”Dados gerais” bg_color=”#cab3e2″ align=”center”]Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Minas Gerais deve movimentar R$ 615,5 milhões no Carnaval, ficando atrás do Rio de Janeiro (R$ 2,1 bilhões) e São Paulo (R$ 1,9 bilhão). [/box]
Outros números
Outra pesquisa, feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), reafirma o otimismo dos empresários com o período festivo. Segundo o estudo, 66,1% dos lojistas estão esperando uma alta nas vendas, 27,2% acredita que a movimentação será igual de 2018 e apenas 6,7% consideram que as vendas devem ser menores.
Os produtos mais procurados serão bebidas (64,2%), comidas (55,1%) e fantasias (15,3%), além de artigos de festa (10,8%), adereços (10,2%) e roupas (9,7%). Sendo que o tíquete médio será de R$ 52,76 para cada venda realizada por dia.
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, afirma que os dados positivos são reflexos de uma expertise dos órgãos públicos para tornar a festa na capital única. “Há uma integração da Belotur, BHTrans e Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), além da Guarda Municipal, polícias Civil e Militar para organizar melhor o Carnaval. Com esses anos de experiência, eles estão compreendendo bem como funciona a logística de um bloco e isso é importante, pois traz segurança para o comércio funcionar”.
Outro ponto destacado por Silva é a chance de novos negócios que a data pode gerar. “Neste ano, várias pessoas vão vim para cá e o mineiro é um povo receptivo, então o setor de comércio e serviços têm que aproveitar a oportunidade para fazer um bom nome da cidade para elas voltarem em um outro momento”, finaliza.
Grana extra
Para a artesã Maria Madalena Alves, o Carnaval sempre foi uma época de aumentar os ganhos. Fazendo fantasias desde 2002 e com algumas produções que desfilaram em escolas de samba do Estado, atualmente, ela faz produções completas e as vende no Instagram. “Nos anos anteriores, não estava tão animada com a data mas, neste ano, resolvi investir bastante. Gastei R$ 6 mil com aquisição de peças e maquinários de produção”.
Os looks variam de R$ 150 a R$ 180 e podem ser personalizados de acordo com o gosto do comprador. “Já tenho várias encomendas e também estou vendendo bodys e saias. Espero recuperar o investido e ganhar um pouco mais, afinal temos que ser otimistas para atrair sorte”, finaliza.
[box title=”Redes sociais” bg_color=”#c6aae2″ align=”center”]Para conhecer o trabalho da Madalena, acesse o Instagram @uauartesanatocriacoes. [/box]