Foi um primeiro mês de governo extremamente tenso para o chefe do Executivo estadual Romeu Zema (Novo). Ele começou com a manifestação dos prefeitos exigindo repasses de impostos atrasados, jogando duro e ameaçando pedir sua cassação, caso não fossem atendidos de imediato.
O segundo ato desgastante se relaciona à decisão anunciada ao parcelamento do 13º dos funcionários públicos revelado na primeira quinzena de janeiro. Certamente não deve ter sido fácil para Zema divulgar que o pagamento será fracionado em 11 meses.
A lista de problemas do comandante do Palácio da Liberdade é extensa e, para piorar o quadro, que já é bastante delicado, aconteceu a tragédia de Brumadinho. Esse ocorrido realmente deixou toda a equipe de governo atônita com possibilidade de reflexos negativos ainda mais graves em relação à combalida situação financeira do Estado.
Apoiadores do governo
Agora, a partir da posse dos novos deputados estaduais, pode haver uma tensão mais controlada dos acontecimentos, ante a possibilidade de novos atores em cena ajudando Zema na administração de um Estado gigante como Minas e que, inclusive, já decretou calamidade financeira. Segundo informações de bastidores, o ator coadjuvante número um é o vice-governador Paulo Brant (Novo), destinatário de muitos elogios por parte de inúmeras autoridades e lideranças.
No âmbito do próprio Executivo, as primeiras avaliações relativas às incursões do secretário de Governo, Custódio Mattos, têm sido positivas. Outra aposta do time palaciano é o novo presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV), nome de preferência do governador desde o início das articulações que culminaram com a eleição, 1º de fevereiro, dele para dirigir à ALMG. Com o apoio de Patrus, perpassando por uma bancada de vários deputados da denominada base aliada, Zema almeja encaminhar reformas necessárias à modernização da máquina administrativa. Pelo menos é o que dizem algumas fontes palacianas.
Completando o time de nomes influentes que vão buscar soerguer o Governo de Minas, surge a figura emblemática do deputado Luiz Humberto Carneiro. Escolhido como líder do Governo, há cerca de 10 dias, o parlamentar mesmo tendo sido citado como um tucano de carteirinha, o que não deixa de ser verdade, já domina a cena por completo. Ele tem trânsito livre junto a todas as bancadas. E, o fato de ser filiado ao PSDB foi uma solução, ao invés de um problema. Isso ficou evidente mediante o apoio da bancada tucana ao governo, realidade expoente com um significado importante.
O partido Novo, sigla de Zema, tem apenas três deputados e, mesmo assim, são nomes sem a menor vivência na Casa, local onde estão parlamentares reeleitos por mandatos a fio. Portanto, os reconduzidos aos seus postos, são conhecedores em detalhes dos meandros da burocracia da Casa e também dos muitos entendimentos que rolam nos bastidores resultando em decisão contra ou a favor do governo. Por esse motivo, vale a pena ter um líder de convivência fácil com seus pares.