Uma pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), em parceria com o MEC e a Organização dos Estados Interamericanos (OEI), apontou que 80% dos alunos da capital mineira afirmaram ter presenciado algum tipo de violência no ambiente escolar, de janeiro a novembro de 2015. Um outro estudo deste mesmo grupo revelou que a violência verbal ou física atingiu 42% dos alunos da rede pública em 2016.
Infelizmente, o filho da chefe de cozinha Helena Cristina Oliveira Silva entrou para essa estatística. Com apenas 8 anos, a criança sofreu agressões na Escola Estadual Lucio dos Santos, localizada no Carlos Prates, região Noroeste da capital. “Um colega perfurou as costas dele com caneta, ele chegou mordido, quebraram uma cadeira nas coxas dele e cortaram seu tênis com algum objeto cortante. Ainda assim, ninguém faz nada”, se revolta a mãe do menino.
De acordo com Helena, a direção da escola se negou a atendê-la. “A escola não me atendeu. Nem por telefone e nem pessoalmente. Bati no portão inúmeras vezes, toquei interfone e nada. Chegaram a dizer que se ele estava sendo agredido, seria aqui em casa”.
A chefe de cozinha afirma que procurou a Regional Metropolitana, responsável pela localidade onde se encontra a escola. “Eu quero que arrumem outra vaga para ele porque eu não tenho paz. Além de tudo, meu filho não quer mais ir para a aula. Ele é uma criança alegre e vive desanimado”.
Ela acrescentou ainda que buscou também o Conselho Tutelar. “Lá me disseram que não poderiam arrumar outra escola para meu filho e que, se ele faltasse muito a aula, eu poderia ser responsabilizada”.
O que diz a escola
A diretora responsável pela instituição Silvia Pacheco afirma que a mãe não esteve na escola e que o Conselho Tutelar está acompanhando o caso. “Eu não a atendi porque ela não vem até nós, a mãe quer tratar o assunto pelo telefone e não fazemos isso assim”.
Regional Metropolitana
Fomos atendidos por uma funcionária do setor de inspetoria da Regional Metropolitana, que se identificou apenas como Ana Paula. “Essa mãe alegou que o filho não quer mais ir a escola e pediu vaga para outra instituição. Contudo, temos um procedimento base para esse tipo de caso. Passamos uma lista de instituições nas proximidades da região em que ela mora e mandamos a inspetora até a escola a fim de checar a história, que sempre tem dois lados”.
Entretanto, ao ser questionada sobre agressões na Lucio dos Santos, ela informa que todas as escolas sofrem com a violência, porém não como a relatada pela mãe.
O Conselho Tutelar foi procurado pela nossa produção, contudo, não conseguimos contato até o fechamento da matéria. Na quinta-feira, 10, fomos informados por Helena que seu filho será transferido de escola.