Home > Cidades > Projeto social já atendeu mais de 17 mil jovens no Aglomerado da Serra

Projeto social já atendeu mais de 17 mil jovens no Aglomerado da Serra

Programa tem atuação em seis vilas da região / Foto: Instituto BH Futuro

Criado para dar continuidade aos trabalhos do Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte (ECE-BH), iniciados em 2002, no Aglomerado da Serra, o Instituto BH Futuro (IBHF) nasceu em 2017. O projeto é um hub de inovação social com programas culturais, esportivos, educacionais e de fomento à inovação e empreendedorismo para crianças e adolescentes do Aglomerado. São realizados cursos diversos, como o de jovem aprendiz, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e profissionalizantes.

Ao longo desses anos, o projeto já atendeu diretamente mais de 17 mil crianças e adolescentes, 3.500 famílias e 6 mil pessoas de grupos da comunidade. Como serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, o programa atua complementarmente à escola, com foco na educação. E com atuação nas seis vilas do Aglomerado: Marçola, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima, Cafezal, Fazendinha e Aparecida.

Segundo Maíra Fagundes, gerente de projetos sociais do Instituto, o Aglomerado da Serra é um dos maiores complexos de favelas do Brasil, localizado na região Centro- -Sul de Belo Horizonte. “Com área total de 150,93 hectares, se divide em oito vilas com 13.462 domicílios, onde vivem ou sobrevivem, uma média de cinco a oito pessoas em dois cômodos”.

“No que diz respeito à vulnerabilidade social, o Aglomerado é considerado umas das regiões de maior vulnerabilidade do município, ocupando a 6ª posição, com 0,76 pontos, em uma escala de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, pior é o Índice de Vulnerabilidade Social, conforme o Mapa da Exclusão de Belo Horizonte”, complementa.

Ela afirma ainda que esta é uma região de baixo índice de desenvolvimento humano e alto índice de violência, tráfico de drogas e incidências de criminalidade. “O BH Futuro tem como missão contribuir para a educação integral, humanística e profissional de crianças e adolescentes, bem como o acolhimento, cuidado e atenção aos jovens adultos e idosos desta comunidade. Por isso, propicia o acesso a oportunidades para o desenvolvimento intelectual, cultural, esportivo e profissional”.

Atuação

Maíra diz que um estudo coordenado por Flávio Comin, da Universidade de Cambridge e um dos idealizadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mostrou que a taxa de retorno social do IBHF é positiva na ordem de 5,37%, na área de atuação. “Esse número foi calculado comparando o desenvolvimento dos atendidos e dos não atendidos pelo Instituto que residem na mesma região”.

“Esta pesquisa também concluiu que a participação no projeto melhora o potencial de aprendizado em 9%, o sentido de justiça em 6%, seus valores em 2,3% e suas aspirações profissionais em 2%; tudo isso em comparação aos não atendidos pelo programa. Esse resultado sugere uma alta qualidade das atividades desenvolvidas pelo IBHF e de seus impactos nas crianças e jovens atendidos”, explica a gerente.

Maíra pontua que o Instituto atendeu cerca de 300 crianças e adolescentes este ano. “Foram 50 pessoas, com mais de 50 anos, que fazem ginástica e 180 adultos da comunidade que usam a sede do IBHF fora do horário das oficinas, chamamos de hub social, pois têm grupos esportivos, culturais, dentre outras ações”.

Ela ainda esclarece que o IBHF tem parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (Smed), para atendimento educacional integrado a crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, matriculadas em escolas públicas. “No contraturno escolar, esse público vem para o IBHF fazer as atividades que oferecemos, além de duas refeições por turno. Já o EJA é uma colaboração com a Escola Municipal Senador Edson Pisani, portanto, indiretamente com a Smed também”.

Selma Teixeira, mãe de um educando e participante das aulas de hidroginástica, conta que os filhos são atendidos por pessoas que amam o que fazem. “Com isso, eles ocupam o tempo com oficinas que proporcionam o bem para a saúde e ainda adquirem amizades sadias. Eu também faço hidroginástica e adoro esses momentos no IBHF”.