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Brasil tem 30 milhões de animais vivendo nas ruas

Imagine como seria se você não tivesse um lugar para morar. Passasse chuva, frio, medo e fosse maltratado pelas pessoas. Seria difícil, né? Pois essa é a realidade de 30 milhões de cachorros que vivem nas ruas de todo o país. Apesar de, em Minas Gerais, 46,7% dos lares terem um cachorro – número maior que a média nacional, que é de 44,3% –, somente em Belo Horizonte, 28 mil animais não tem uma casa para chamar de sua.

A coordenadora de voluntários e mídias sociais da Rockbicho – ONG de proteção animal – , Marina Lobato, explica que dos animais que vivem na rua, a maioria são abandonados pelos donos. “Grande parte das pessoas alegam que o animal cresceu mais que o esperado, ou que tiveram filhos e não podem cuidar e dar a atenção que o cachorro precisa. Além disso, muitos reclamam das despesas e do trabalho de se criar um pet”.

A gerência de Comunicação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), informou por meio de uma nota que são responsáveis pelo recolhimento de 250 cães, por mês, na capital. E que, após resgatados, os animais são levados a uma clínica onde são avaliados por um veterinário, castrados, vermifugados e identificados por um microchip. Além disso, é feito ainda um exame sorológico para diagnóstico de leishmaniose visceral. Feito esse processo, os animais esperam até 3 dias para resgate de seus donos e, se ninguém se apresentar nesse prazo, são entregues para adoção.

Adoção

Ainda segundo o CCZ são realizadas parcerias com várias ONGs e feiras de adoção. A promoção desses eventos tem o objetivo de encaminhar para um lar responsável os animais que são recolhidos das ruas de BH. Por meio do projeto “Adote um Amigo” já foram realizadas 200 feiras de adoção e mais de 2 mil animais tiveram a oportunidade de ganhar um lar.

Paralelo ao trabalho do CCZ, várias pessoas se sensibilizam com os animais abandonados. Uma delas é a designer gráfico Lorena Parreira, que, além de seu gato e cachorro, ambos adotados, resgata os bichinhos nas ruas. “Desde os 12 anos, eu pego e cuido na minha casa, mas depois de um tempo, fui conhecendo, através das redes sociais, protetores de animais e grupos que fazem o mesmo trabalho que eu, eles me ajudam muito, principalmente, com as despesas e a conseguir lares temporários para eles”.

Lorena conta que foi motivada pelo amor que sente pelos animais. “Para mim é muito natural ajudar. Infelizmente, as pessoas maltratam muito os cães e gatos abandonados, inclusive, quando são vira-latas. Grande parte dos indivíduos que procuram um animal, prefere os de raça. Mas, o certo seria amarmos os animais independente disso”.

Conscientização

Marina acredita que algumas medidas deveriam ser tomadas para diminuir o número de abandonos. “Nós de ONGs e os protetores de animais, defendemos a ideia da castração a fim de diminuir a superpopulação de uma forma humanitária. Antes, era usado a eutanásia que, agora, está proibida e que não foi eficiente, além de ser completamente desumano. Também, é preciso educação nas escolas, que é o que nós da Rockbicho tentamos fazer. Principalmente, com as crianças. Temos que estimular a ideia de que o abandono causa sofrimento e tudo o mais”.

Ela acrescenta ainda que a pessoa deve pensar muito antes de adotar ou até mesmo comprar um animal. “Tem que ver se todos ao redor estão dispostos a ter um animal. Se financeiramente eles poderão arcar os custos do veterinário, banho e ração. E se o espaço da casa é o suficiente para o porte do cachorro”.

Superação

A estudante de enfermagem Thaís Diniz, já adotou vários cachorros. E conta a história emocionante de um deles. “O nome dele era Duque. Encontramos ele na pracinha próxima a minha casa. Ele estava assustado e muito agressivo, não deixava ninguém se aproximar. Mas alguns garotos começaram a maltratar ele. Bateram, deram até maconha para ele comer. Por fim, soltaram um pitbull para matá-lo. Vendo que nada acontecia, atearam fogo nele ainda vivo. Mas, não sei como, o fogo apagou e o Duque se escondeu entre algumas pedras”.

Thaís recorda que após isso, ele ficou muito fraco. “Conseguimos resgatá-lo e o levamos ao veterinário. Ele ficou uns 10 dias internado e voltou bem debilitado, com muitos ferimentos e medo. Depois de um tempo, sob nossos cuidados, ele melhorou. Se revelou um cãozinho lindo. Viveu por muito tempo e depois se foi”.

Para ela, a adoção sempre será a primeira opção. “O mercado animal é muito explorador e meu amor por eles não me deixa contribuir com isso. A sensação de resgatar um cachorro e fazer ele conhecer a felicidade e o amor, é impagável e muito gratificante”, conclui.

Adote

Conheça a página da Rockbicho, clicando aqui e do Adote um Amigo

Atenção: Caso o seu cão esteja desaparecido, entre em contato com a Zoonoses, ele pode ter sido recolhido.