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Consumidores planejam gastar até R$ 100 com presentes de Natal

A ideia é comprar produtos de menor valor (Foto: divulgação)

Empresários apostam que o clima natalino e as promoções serão os atrativos para alavancar as vendas neste final de ano. A pesquisa de Intenção de Consumo realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), apontou que 51% dos belo-horizontinos pretendem presentear neste Natal – 15% a menos que o apresentado em 2015. Em relação ao tíquete médio, 80,4% almejam gastar R$ 100,00 – mesmo valor informado no ano anterior. Mesmo com a renda extra proveniente do 13° salário para 52,3% dos consumidores da capital mineira, o dinheiro já tem destino: 39,3% dos entrevistados afirmam que irão pagar dívidas e 19,4% o utilizarão para as compras de Natal.

Segundo o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, o consumidor está com o orçamento cada vez mais apertado. “O cenário econômico ainda está instável, com inflação acima da meta, juros altos e índice de desemprego elevado”, explica.

Para estimular as vendas, 72,3% dos empresários garantem que irão fazer liquidações e 20% apostam no atendimento diferenciado, de acordo com a pesquisa de Expectativas do Comércio Varejista Natal realizado pela entidade. Segundo o economista, a data é a mais importante para o comércio, entretanto, os empresários devem fazer um planejamento antes de fazer promoções. Ele orienta que é preciso verificar se o fluxo de caixa comporta margens menores e observar o estoque para identificar os produtos que tem menor giro. “Esse planejamento é essencial para sustentar a empresa em longo prazo. Assim, é possível fazer ações promocionais interessantes”, garante.

A gerente da loja de roupas e acessórios, Adriana Augusto, prevê um aumento de 50% nas vendas neste período. “Além de fazer promoções, também investimos em marketing, deixando a vitrine mais atrativa”, conta.  Segundo ela, o público-alvo é formado por pessoas com um menor poder aquisitivo, em consequência disso, eles atuam com menores preços. “A principal forma de pagamento utilizada é o cartão de crédito e dividimos em até 10x para facilitar e estimular as compras”, frisa.

O economista acrescenta que mais que o desconto, o empresário deve também pensar na reputação do seu estabelecimento. “Não fazer troca de preços sem motivo e, principalmente, deixar todas as mercadorias com o seu respectivo valor, pois faz parte dos direitos do consumidor”.

 

Presentes 

Roupas (40%) e brinquedos (29,5%) assumem os primeiros lugares na lista de compras dos belo-horizontinos, seguidos por perfumaria (18,5%), calçados (15%) e lembrancinhas (10,5%). Já 11,8% dos entrevistados revelam a preferência por produtos importados, os motivos são: maior opção de produtos (38,1%) e menor preço (23,8%). Para 42,2% e 36,6% dos consumidores, respectivamente, os shoppings centers e as lojas de rua/hipercentro serão os locais mais requisitados para as compras de Natal, enquanto que apenas 5,6% apontam a internet como meio para adquirir os produtos.

O coordenador de suporte tecnológico, Henrique Oliveira Costa, conta que irá presentear os pais e dois sobrinhos e as compras serão pela internet. “Pretendo gastar ao todo R$ 150,00 no cartão de débito. Gosto de comprar presentes diferentes e com bons preços”, comenta.  Pensando nas promoções, 49,1% dos consumidores informam que irão as compras após o dia 25 de dezembro; 36,8% pretendem comprar na segunda quinzena do mês e apenas 14% planejam comprar ainda em novembro. Almeida aponta que um dos fatores que podem interferir no faturamento de dezembro é a temporada de descontos da Black Friday que ocorre nesta última semana de novembro.

Ainda de acordo com o estudo, 43,9% dos clientes irão pagar à vista – caso tenha desconto e 41,7% vão optar pelo cartão de crédito: 54,9% citaram o parcelamento, 22,5% apontam a possibilidade de adiar a quitação da compra.

A assistente administrativa, Daniela Almeida, não vai comprar presentes para todos neste Natal. Ela irá presentear apenas o marido e utilizará o cartão de crédito. “Estou com pouco dinheiro disponível para isso e o meu marido está desempregado”, explica.

Entre os entrevistados que não irão as compras neste Natal, está o técnico de informática, Frederico Moutinho. Ele conta que além dos compromissos financeiros fixos mensais, vai se casar em dezembro. Com isso, o destino do dinheiro, inclusive o 13º, será totalmente destinado para os gastos com a cerimônia e a casa nova. “Sou uma pessoa muito controlada com dinheiro e não quero sujar o meu nome ou prejudicar o meu orçamento. Gosto de me planejar”, afirma.