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Quitar dívidas e poupar é a melhor maneira de gastar o 13° salário

É preciso ser consciente, pois, como diz o ditado: “Dinheiro na mão é vendaval” (Foto: divulgação)

Para aqueles que estão no aperto, finalmente, o 13° salário chegou. Muitos brasileiros esperam pela data para colocar as contas em dia, poupar ou, até mesmo, gastar. De acordo com pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), no ano passado, 31% dos entrevistados pretendiam destinar os recursos a uma poupança ou a investimentos, enquanto 24% planejavam quitar dívidas para organizar a vida financeira.

A projeção para 2016 é que esses números sejam superados, afinal, 56,5 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado. A tendência é que neste período de crise e aumento da taxa de inadimplência, a maioria dos consumidores devem usar a bonificação para saldar dívidas. Segundo os dados, a opção de economizar ou investir vem caindo de forma significativa nos últimos anos, em 2014 esse número era de 46%, enquanto que no ano passado foi apenas 31%.

Além disso, o estudo aponta que quatro em cada dez brasileiros (43%) usaram parte do 13º para a compra de presentes de Natal. Com a chegada do período natalino é normal que as pessoas gastem, entretanto, é necessário fazer isso de maneira consciente. É o que explica o professor de Ciências Contábeis, Miguel Arcanjo. “Aproveitar de forma inteligente não significa, necessariamente, abandonar as compras de Natal. É possível gastar parte do valor em presentes e comemorações, mas, o importante é não acumular débitos e começar o ano com o pé direito”, conta.

O professor também dá dicas de como usar o bônus salarial. “Antes de qualquer coisa, se você tem dívidas, use o 13º para saldá-las. Tente renegociar o valor ou um abatimento com o banco ou com o seu credor antes de pagá-lo. Caso tenha feito alguma compra parcelada com juros, tente adiantar o pagamento, ou se se for possível, quite todas as parcelas de uma vez”.

Ele acrescenta ainda que o consumidor precisa ficar atento aos mutirões para renegociar dívidas feito pelos órgãos de proteção ao crédito. “Em circunstâncias especiais, como o fim do ano, os credores convocam os devedores para uma negociação onde os valores de multas e juros podem cair consideravelmente. Isso ocorre porque eles também têm interesse em ver o CPF restaurado para poder lançar novamente mão de créditos no futuro”, ressalta Arcanjo.

É normal que, durante o período de festas, o desejo de consumo aumente devido à publicidade que se torna, ainda mais, agressiva, mas o professor orienta: “As compras devem caber no seu orçamento de dezembro sem que você precise mexer em seu salário extra. Se isso não for possível, procure não gastar mais de 20% do seu 13º nos festejos de final de ano. Não é necessário investir em presentes caros, o importante é ter em mente que com lembrancinhas você irá economizar dinheiro que pode ser gasto com prioridades”, afirma o especialista.

Projeções

Mesmo com criança em casa a auxiliar administrativo Débora Kneipp vai usar maior parte do salário para colocar as contas em dia. “Para quem tem criança é muito difícil não gastar, principalmente com a chegada do Natal. Entretanto, vou evitar gastos muito grandes e usar o dinheiro para colocar as contas de início de ano em dia, como matrícula de escola e material escolar. O que sobrar, vou guardar para começar o novo ano no azul”, conta.

Já com o analista de redes sociais Emanoel Ferreira será diferente. “Vou usar todo o 13° para pagar contas, não vai sobrar para comprar presentes pra família dessa vez. Mas, mesmo assim, vou virar o ano quase no zero. Isso não é bom, mas só de não dever já é um cenário mais equilibrado para o próximo ano”, explica.

Para Arcanjo, além dos gastos feitos no fim de ano, janeiro traz contas como IPVA, IPTU, material escolar etc. “É preciso entender que o 13° pode auxiliar na hora de quitar essas despesas. Por isso, é importante reservar a quantia necessária para cobrir esses gastos. Para quem não tem dívidas, é o momento de aproveitar e guardar uma parte do dinheiro na poupança. O hábito de poupar auxilia nos momentos inesperados que podem surgir e trazer problemas. Guardar vai garantir tranquilidade financeira”, conclui o especialista.