“Setor foi o último a sentir a crise e o primeiro a reagir”, afirma especialista.
Negócios, tecnologia, relacionamento e inovação – o 30º Congresso e feira Supermercadista e da Panificação (Superminas), realizado entre os dias 18 a 20 de outubro, no Expominas, movimentou o setor. O evento foi promovido pela Associação Mineira de Supermercado (Amis) e o Sindicato e Associação Mineira de Industria da Panificação (Amipão/SIP).
O presidente da Amis, Alexandre Poni, falou sobre a crise econômica, mudanças de hábito do consumidor e sustentabilidade. Ele informa que, em alguns casos, a crise oferece oportunidades. “Durante a feira foram lançados mais de 340 produtos”, disse.
Ainda segundo Poni, a questão da sustentabilidade também foi abordada por meio do Prêmio Estande Sustentável e do Programa Vida. “Devemos instruir nossos associados e parceiros a adotarem boas práticas socioambientais, como a redução do consumo de água, energia, resíduos e desperdício de alimentos. É necessário se reinventar”, afirma o presidente.
Mais de 430 expositores trocaram ideias, apresentaram produtos e fecharam negócios, tanto que a projeção foi de R$ 1,45 bilhão no tempo de evento, em 2015 o volume de negócios foi de R$ 1,40 bilhão. “Um dos fatos mais importantes da Superminas é a rede de contatos que se estabelece, principalmente para as pequenas empresas”, garante Poni.
Sem crise
“O setor supermercadista foi um dos últimos a sentir a recessão e o primeiro a reagir”, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto. De acordo com ele, isso ocorre porque esse segmento atua com bens de primeira necessidade e, que após as mudanças governamentais, o ramo ganhou fôlego e opera com otimismo.
“O consumidor substituiu produtos até mesmo dentro da cesta básica e cortou os itens considerados supérfluos, tudo isso gerou a desaceleração nas vendas, mas não é nada que não possa ser recuperado em curto prazo”, afirma.
Em tempos de crise, a utilização da marca própria é uma grande estratégia, assegura o vice-presidente. “Você consegue tirar do custo do produto todo o valor de marketing para divulgá-lo, assim você consegue vender por um preço inferior”, explica. Este ano o setor teve um crescimento real de 1,8%, com faturamento total de R$ 34,1 bilhões. De acordo com os dados, houve um investimento de R$ 250 milhões na área incluindo 5 mil novos empregos, totalizando uma geração direta de trabalho de 179 mil cargos no segmento.
Projeções
A expectativa das vendas para o fim do ano e, em especial o Natal, é otimista segundo os supermercadistas do Estado mineiro. De acordo com a sondagem da Amis, deverá haver um crescimento de 4,5% nas vendas do setor em relação ao ano passado.
Outro ponto é o saldo positivo nas contratações temporárias. Estão previstas 3 mil vagas para esse período festivo, 500 a mais que as oferecidas em 2015. Já para a Amipão/SIP, o setor de panificação não terá um número expressivo de contratações, entretanto, o crescimento do setor é positivo, segundo o presidente da entidade, José Batista de Oliveira.
O faturamento do setor supermercadista e de panificação, juntos, representam o segundo maior do país, algo em torno de R$ 42 bilhões, cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro.
Em relação à segurança, Poni elucida que como associação o seu papel é pleitear a questão junto aos órgãos governamentais. “Hoje, podemos ver que as lojas estão se preparando melhor, investindo mais em segurança e mudando a forma de exposição dos produtos, inclusive os meios de pagamento que em vários estabelecimentos é eletrônico. Cada rede tem a sua estratégia quanto a isso, pois é um problema geral”, conclui.