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Belo Horizonte é uma das capitais com a menor taxa de famílias endividadas

Se manter longe das dívidas é o grande desafio das famílias no atual momento do país. Aliás, essa é uma coisa que as famílias belo-horizontinas estão fazendo bem. A capital mineira foi destaque na Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, divulgada pela FecomercioSP. O percentual de famílias inadimplentes que era de 48%, em 2013, passou para 38%, em junho de 2016, posicionando a capital mineira entre as capitais com menor taxa de famílias endividadas.

A lista é encabeçada por Vitória (ES), com 67% dos grupos com algum tipo de dívida, enquanto que em São Paulo (SP), essa proporção é de 49%. Já no Rio de Janeiro (RJ), o indicador atingiu 58%, número idêntico ao da média nacional (58%).

O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, informa que o aperto financeiro e a necessidade de quitar as contas levam alguns consumidores a enxergarem no endividamento uma saída natural para os problemas. “Isso pode trazer consequências graves para as finanças pessoais. E mesmo quando não recorrem a novas dívidas, eles sacrificam a reserva financeira que deveria servir para alcançar metas ou ser utilizada em situação de extrema emergência ao invés de cobrir rombos corriqueiros no orçamento”.

De acordo com o estudo, a média mensal de dívida das famílias brasileiras é de R$ 1.569. Enquanto que em Belo Horizonte esse valor é de R$ 2.068, a quarta maior no ranking nacional. Entretanto, as famílias com dívidas em atraso tiveram números positivos na cidade, pois é a segunda menor proporção de inadimplentes da pesquisa. Sendo assim, foi a única capital do Sudeste com retração nessa taxa desde 2014, ano em que os sinais da crise ficaram mais evidentes, passando de 19% para 16%.

O especialista reitera a importância de manter os gastos dentro do orçamento. “A falta de conhecimento sobre as próprias finanças é um problema crônico no Brasil, é importante incluir a educação financeira como tema na formação básica dos cidadãos. Controlar gastos, fazer um planejamento antes de ir às compras e evitar consumir por impulso são algumas atitudes simples que deveriam ser assimiladas desde criança para evitar esse problema”, afirma.

Cuidado na hora de pagar

Na pesquisa, todas as capitais do Sudeste apresentaram um nível em torno de 30% do orçamento comprometido com dívidas, número que é considerado adequado para não sinalizar um risco de elevação de inadimplência. Nesse quesito, a parcela da renda comprometida com dívidas das famílias de Belo Horizonte foi de 31%. O índice de famílias endividadas caiu 7,5% e passou de cerca de 2,04 milhões para 1,89 milhões.

Muitas famílias que não controlaram os gastos, buscam empréstimos como solução para quitar os débitos. Para quem pretende fazer isso, a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, indica os perigos. “Embora o empréstimo consignado cobre taxas mais baratas do que outros, é preciso tomar alguns cuidados extras. O consumidor deve estar consciente de que irá comprometer parte de sua renda por um longo período. Por isso, é fundamental analisar as condições oferecidas e o impacto das parcelas no orçamento mensal. É como se houvesse uma redução de salário e a pessoa necessita ser capaz de adaptar-se a essa nova situação”, diz.