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23 redes de farmácias brasileiras faturaram R$ 34,7 bi em 9 meses

Vinte e três redes de farmácias e drogarias movimentaram R$ 34,75 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, um crescimento de 7,09% sobre o mesmo período de 2017. Os dados são da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e foram compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). Embora representem 9,2% do total de 76 mil farmácias no país, as redes associadas à entidade concentram mais de 45% do faturamento do setor.

Os remédios isentos de prescrição médica (MIPs/OTCs) foram os principais responsáveis pelo resultado. Com faturamento superior a R$ 5,55 bilhões, essa categoria teve um avanço de 15,02%. “Cerca de 60% dos pacientes recorrem a esses medicamentos sob orientação farmacêutica para gerenciar os sintomas do dia a dia. Os consumidores estão se tornando mais proativos em relação ao autocuidado com a saúde”, avalia Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.

No período, o comércio geral de medicamentos totalizou R$ 23,86 bilhões, um aumento de 7,48% em relação aos nove primeiros meses do ano passado. Já o segmento de genéricos movimentou R$ 3,99 bilhões, um crescimento de 4,01%. Ao todo, foram vendidas mais de 1,78 bilhão de unidades de produtos.

Mena atribui a dois fatores o fato do ramo ficar distante da crise financeira que o Brasil vive nos últimos anos: a natureza do produto e abertura de lojas. “Medicamentos são bens essenciais e, mesmo em crise, abrimos cerca de 500 farmácias por ano. Uma farmácia da Abrafarma vende em torno de 10 vezes mais que uma independente”, diz o CEO. O número de lojas das redes associadas aumentou 8,42%, passando de 6.710 para 7.275 unidades.

Vendendo saúde
A Abrafarma não divulga a distribuição do montante entre as redes, mas segundo Mena, as campeãs de vendas no ranking nacional são:

Contra-ataque
Do outro lado, farmácias e drogarias independentes se organizaram para reagir ao império das grandes redes farmacêuticas. Uma delas, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrabar) representa 58 redes de farmácias, com 9.796 lojas em 25 estados e Distrito Federal. Segundo dados da associação, de janeiro a setembro deste ano, as lojas associadas faturaram R$ 12,8 bi, crescimento de 20,51% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para o presidente da Febrabar, Edison Tamascia, ainda há uma grande margem de crescimento no mercado farmacêutico. “Como podemos observar nos resultados das redes associativistas, atualmente, elas crescem muito mais que todos do mercado e isso se deve à disponibilização e utilização das ferramentas de gestão que disponibilizamos”.

Check-up na farmácia mais próxima
Sobre o futuro, Mena afirma que desde a aprovação da Lei 13.021 de 2014, batizada de Serviços Farmacêuticos Avançados, as farmácias da associação têm investido em polos de atendimento clínico. “Das 7.200 farmácias da Abrafarma, 1.800 têm salas de serviços farmacêuticos que, basicamente, fazem acompanhamento de pacientes crônicos para que eles não abandonem o tratamento, ajudando o paciente que tomam mais de cinco remédios a organizar isso e na aplicação de vacinas”.

O próximo passo é aguardar que a Anvisa avalie a resolução de boas práticas em farmácias e libere uma espécie de “mini check-up” com exames laboratoriais rápidos a partir da coleta de sangue na ponta do dedo.

Para Tamascia, o caminho das farmácias de pequeno e médio porte é o associativismo. “Mas isso não é tudo, é preciso deixar a postura de vitimização e fazer com que os empresários dessas pequenas e médias lojas se tornem protagonistas de seus negócios”, avalia.