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Respeitem as religiões

As denúncias de intolerância religiosa têm aumentado em todo Brasil, apesar das tentativas de instituições oficiais em diminuir a quantidade de casos. Especialistas no assunto dizem que o preconceito religioso vem do racismo estrutural ainda presente na sociedade.

Uma reflexão mais aprofundada sobre o tema deveria ser levada a efeito por autoridades, educadores e profissionais que lidam com o público. É importante deixar claro que não existe uma religião superior às demais. A cada cidadão é concedido o livre arbítrio, visando sua dedicação a qualquer matriz religiosa, sem tolhimentos, especialmente, mediante a ausência do abominável patrulhamento ideológico.

É plausível trazer à luz da realidade os números disponibilizados pelo Ministério dos Diretos Humanos. Tendo como base o Disque 100, foram registradas 1.227 denúncias de intolerância religiosa entre janeiro e junho de 2024. Isso significa um crescimento da ordem de 80% nas ocorrências contra a liberdade religiosa em relação ao mesmo período do ano passado, representando uma média de sete denúncias por dia.

O diretor de Relações Internacionais da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), Alexandre Braga, aponta que o debate de agora sobre intolerância religiosa faz parte de um contexto mais amplo, posto que o preconceito vem do racismo estrutural presente em nossa nação desde a época da chegada dos portugueses no Brasil. Corroborando com a explanação do mestre, mais da metade das notificações registradas no primeiro semestre foi cometida contra pessoas pretas ou pardas.

Essas intercorrências são crime, punido com pena de reclusão de um a três anos e multa. Segundo especialistas no tema, as redes sociais estão facilitando o anonimato de cidadãos inescrupulosos, porque sabem da pouca ou quase nenhuma possibilidade de pagarem por seus erros.

Atualmente, as igrejas católicas e evangélicas disputam a presença de mais fiéis em seus templos. O foco de todas essas matrizes está na direção de conquistar, principalmente, a classe dos trabalhadores em ritmo acelerado. O fato é que a intolerância religiosa não deveria ser permitida em qualquer cenário. Roga-se pelo fim desta celeuma.