
Segundo uma pesquisa da Fecomércio MG, 69,8% dos empresários do setor varejista mineiro, incluindo lojas de tecidos, cama, mesa e banho, calçados e artigos de viagem, acreditam que terão um desempenho superior ao do inverno anterior. Outros 19,5% projetam estabilidade nas vendas, enquanto 8,4% esperam uma retração. Além disso, 55,8% dos entrevistados estimam que o valor médio gasto por cliente deve variar entre R$ 100 e R$ 300.
Do total de empresas consultadas, 78,0% relataram que o período de frio traz efeitos positivos para os negócios, enquanto apenas 5,1% mencionaram impactos negativos. As regiões Sul e da Zona da Mata se destacam como as mais favorecidas pela estação, com 90,5% e 88,1% dos empresários, respectivamente, apontando aumento nas vendas.
O otimismo é impulsionado, principalmente, pela expectativa de temperaturas mais baixas já no início da estação (apontada por 66,3% dos participantes) e por um inverno mais intenso (conforme 34,2%). Entre os que preveem crescimento, 70,1% estimam que o efeito positivo deve variar entre 10,1% e 40%. Já entre os que esperam queda, 37,9% calculam uma redução de até 10%.
“O clima frio chegou mais cedo em 2025, com baixas temperaturas já sendo registradas em maio em várias regiões de Minas Gerais. Além disso, há um apelo emocional no inverno: sensação de aconchego, valorização do lar e da estética confortável, o que motiva a compra de mantas, cobertores e roupas mais elegantes ou acolhedoras, impulsionando as vendas nesses setores”, explica o economista Luiz Gomes.
Muitos consumidores aproveitam para comprar presentes ou renovar peças para festas, o que impacta positivamente os setores de vestuário, calçados e artigos para casa, avalia Gomes. “Agora temos as festas juninas acontecendo e o Dia dos Pais em agosto, um calendário de comemorações que proporciona aquecimento nas vendas. A movimentação de turistas em cidades serranas e históricas de Minas Gerais no inverno também ajuda o comércio local. A expectativa de aumento nas viagens internas durante os meses frios também favorece a venda de artigos relacionados ao turismo de inverno”.
Em relação às formas de pagamento, o cartão de crédito parcelado lidera a preferência dos consumidores durante a estação fria, com 64,0% das indicações. O Pix aparece em segundo lugar, sendo escolhido por 14,0% das empresas, seguido pelo crediário ou carnê, com 10,5%.
A pesquisa também evidencia uma ampla adesão ao comércio eletrônico: 84,5% dos empresários informaram vender por meios digitais. O WhatsApp se destaca como o canal preferido de vendas online, utilizado por 77,9% dos entrevistados. Em seguida vêm o Instagram, com 57,5%, e o Facebook, com 7,1%. Além das redes sociais, 7,1% dos lojistas indicaram utilizar o próprio site para realizar vendas.
No que diz respeito à divulgação, 93,6% dos estabelecimentos afirmaram que pretendem investir em ações promocionais durante o inverno. O Instagram continua sendo a principal plataforma de divulgação, com uso declarado por 80,5% das empresas. O WhatsApp segue com 62,2% de adesão, enquanto o Facebook é utilizado por 26,5%. Outras formas de comunicação, como rádio (4,4%), marketing boca a boca (3,8%) e parcerias com influenciadores (2,9%), também são utilizadas.
Entre as estratégias adotadas para impulsionar as vendas nesta temporada, as promoções e liquidações são as mais mencionadas, com 34,7%. Já 25,8% planejam investir em publicidade e divulgação. Um atendimento mais personalizado será o diferencial para 10,6% das empresas, enquanto o uso de vitrines chamativas está nos planos de 7,7%. Além disso, 7,2% pretendem apostar no lançamento de novos produtos como forma de atrair clientes.
O consultor de vendas Rubens Costas diz que oferecer descontos progressivos, kits promocionais e brindes em compras acima de determinado valor são boas opções. “Estimular o consumo com parcelamentos sem juros ou com entrada para o mês seguinte e criar ações do tipo ‘compre e ganhe’, como brindes térmicos, luvas ou sacolas ecológicas personalizadas”.
“Garantir a disponibilidade de itens essenciais para o inverno, oferecer variedade de preços para atingir diferentes perfis de consumidores e investir em treinamento da equipe para que saibam sugerir produtos complementares. Apostar em conteúdo visual, parcerias com influenciadores, utilizar as redes sociais para divulgação e canais de venda direta, criar um sistema de entrega rápida ou retirada em loja, bem como oferecer catálogos digitais por WhatsApp com fotos, preços e disponibilidade de produtos”, conclui.