No Brasil e pelo mundo, os jogos eletrônicos estão na maioria dos patrocínios dos jogos de futebol com placas de publicidades nos estádios e clubes esportivos, com destaque nas camisas do futebol, chegando ao vôlei, futsal, atletismo, e até na natação, entre outros esportes. Os recursos dos jogos on-line viraram uma “febre” mundial. De acordo com pesquisas de empresas especializadas em economia, o movimento das apostas esportivas no Brasil atinge mais de R$ 100 bilhões por ano, o que corresponde a 10% do faturamento de todos os supermercados do país, que, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), atingiu R$ 1 trilhão em 2023. Para este ano, a previsão é chegar às cifras de R$ 130 bilhões pelos jogadores on-line.
Todo cuidado é pouco, pois ninguém fica milionário em apostas. É apenas um ganhador em milhões, então, analise bem. Milhões de pessoas jogam por dia nos placares dos jogos, cartões amarelos e vermelhos, entre outras apostas no futebol, jogos de vôlei, futsal e demais esportes. As empresas arrecadam bilhões de reais, dólares ou euros por ano. Para chamar cada dia mais a atenção do público, o patrocínio no esporte é a chave principal para “cativar” os apostadores.
É necessário tomar cuidado com as apostas. Tem muitas empresas que trabalham corretamente, mas existem aquelas que não são regulamentadas no Brasil. A decisão do governo federal de criar regras mais transparentes para os jogos eletrônicos, que já virou uma indústria, já é uma realidade acertada.
Não regulamentar o mercado de jogos e apostas significaria abrir as portas para atividades ilícitas de operadores irresponsáveis, que visariam somente lesar os consumidores brasileiros. Desde a sanção pelo atual governo federal da Lei 14.790/2023, conhecida como “Lei das Apostas Esportivas”, a sociedade e grandes setores que movimentam a economia do país mostram preocupação diante dos efeitos práticos dessa sanção.
Todos nós sabemos que o vício em qualquer atividade é prejudicial na vida das pessoas, e o jogo não fica para trás. Nas conversas com amigos e familiares, o receio é que o crescimento no hábito das pessoas apostarem cause o endividamento das famílias, vício em jogos, publicidade excessiva e mal intencionada, além de problemas de saúde mental. Infelizmente, muitos casos não estão tendo os cuidados médicos, com psiquiatras e psicólogos.
Vou fazer um relato aqui de um grande amigo que está passando momentos difíceis na família. Seu filho de 15 anos está obcecado nos jogos pelo celular. O adolescente não largava o smartphone e a situação ficou insustentável, tanto que precisou iniciar um tratamento de saúde para curar a sua dependência nos jogos, como o “Tigrinho”, que era seu vício principal.
Em todas essas situações, há algo fundamental e prioritário: diferenciar as empresas sérias e comprometidas em endereçar soluções para essas questões e contribuir para a economia do país, daquelas que desde o início têm demonstrado apenas interesse pelo lucro irresponsável e descomprometido com a sociedade brasileira.
A implementação irrestrita da lei é 1º de janeiro de 2025. A partir dessa data, haverá uma seleção de empresas sérias operando legalmente no Brasil, com licenças concedidas pelo governo federal, dedicadas a seguir as novas regras e comprometidas com o entretenimento seguro, ampla disseminação de informações importantes para os jogadores.
O jogo on-line ou físico (loterias da Caixa Econômica Federal, raspadinhas e outros jogos) faz parte da rotina do brasileiro. Entretanto, é preciso compreender que os problemas enfrentados até agora com jogos não certificados, publicidades excessivas e inadequadas, além de problemas relevantes de saúde mental, são consequências de um mercado que passou os últimos seis anos sem qualquer tipo de regramento. A indústria já está instalada no Brasil e não deixaria de existir caso não fosse regulamentada.
As últimas portarias publicadas pelo Ministério da Fazenda determinaram a proteção de grupos vulneráveis a publicidades abusivas, e definiram uma série de dispositivos para dificultar o endividamento e fraudes, como a verificação do CPF, ter “nome limpo”, e fazer pagamentos somente via débito ou Pix. As regras seguem parâmetros internacionais de boas práticas aplicadas no mercado de apostas, medidas que foram desde o princípio defendidas pelas empresas sérias que trouxeram novos investimentos para os clubes e para o esporte brasileiro de forma geral. Sabemos da importância das empresas sérias em investir com patrocínios nos esportes, que geram milhares de empregos no Brasil e no mundo.
O jogo é uma fonte de entretenimento e nunca deve ser visto ou utilizado como investimento ou forma de ganhar dinheiro rápido e fácil. Este modelo explorado no país por outras empresas até então não é o jogo responsável, legal e com foco na diversão. É extorsão de renda familiar, de saúde e de quebra de confiança em um setor que está investindo em empregos, pagamentos de impostos e geração de estrutura para defender os jogadores.
Volto a alertar que todo cuidado é pouco, porque o jogo não é uma forma de ganhar dinheiro fácil e rápido. Esperamos que a partir de 1º de janeiro de 2025, realmente só funcione no Brasil empresas sérias, com a regulamentação do setor de apostas, visando proteger os jogadores on-line.