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Minas Gerais é o terceiro estado com mais ocorrências de mpox

Casos no país já ultrapassam o índice de 2023 / Foto: Getty Images

Nos oito primeiros meses do ano, o Brasil já registrou 945 casos confirmados ou prováveis de mpox, sendo que há 264 ocorrências suspeitas da doença, conforme dados do Ministério da Saúde. Esse número supera o total de episódios notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853 casos.

De acordo com o boletim, o Sudeste concentra a maior parte das ocorrências de mpox no país, 80,7% ou 763 do total. Os estados com maiores quantitativos de casos são: São Paulo (487 ou 51,5%), Rio de Janeiro (216 ou 22,9%), Minas Gerais (52 ou 5,5%) e Bahia (39 ou 4,1%). Não houve registros confirmados ou prováveis no Amapá, Tocantins e no Piauí.

O infectologista da Unimed BH, Adelino Melo Freire Júnior, explica que a mpox é causada pelo vírus monkeypox, pertencente ao grupo Orthopoxvirus, o mesmo da varíola humana. “Embora a doença seja zoonótica, transmitida de animais para humanos, o atual surto demonstra que a propagação entre pessoas é uma ameaça real, especialmente em ambientes de contato próximo”.

“A transmissão ocorre, principalmente, por contato direto com lesões cutâneas ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, mas as gotículas respiratórias e objetos contaminados também podem veicular o vírus. Há, também, a possibilidade de propagação vertical, durante a gestação. Geralmente, as manifestações se iniciam após um período de incubação que varia de 6 a 21 dias, com sinais e sintomas leves”, acrescenta.

Porém, Júnior destaca que algumas pessoas, especialmente aquelas com imunossupressão, podem desenvolver formas graves. “Complicações como infecções secundárias, pneumonia e encefalite podem ocorrer. O monitoramento médico é essencial para tratar e prevenir complicações, especialmente em grupos vulneráveis como crianças, gestantes e pessoas imunocomprometidas”.

Sintomas

A manifestação cutânea típica é o surgimento de pápulas e vesículas, lesões na pele, precedido ou não de febre e de linfadenopatia (inchaço dos gânglios), pontua o infectologista. “Outros sintomas incluem dor de cabeça, musculares, e nas costas, calafrios e exaustão. Estamos diante de uma doença que requer vigilância constante”.

Segundo o Ministério da Saúde, os números mostram o seguinte perfil epidemiológico das infecções por mpox no Brasil: 91,3% dos casos se concentram no sexo masculino, sendo que 70% diagnosticados com a doença têm entre 19 e 39 anos. Júnior afirma ainda que homens que têm relação sexual com outros homens são os mais propensos à aquisição da enfermidade. “Podemos colocar que os homossexuais figuram no maior grupo de risco”.

“Por isso, é importante salientar que, pessoas que têm contato próximo com pacientes infectados estão mais expostas à infecção. Isso inclui os familiares e parceiros próximos (incluindo sexual). Durante o surto global de 2022, a maioria dos pacientes tinham história de múltiplos companheiros sexuais recentes. Dessa forma, adoção de medidas de sexo seguro também pode reduzir o risco de adoecimento”, orienta o profissional.

Tratamento

O tratamento se dá com cuidados locais com as feridas, até resolução espontânea das lesões, ressalta o infectologista. “Para casos graves, há a possibilidade de usar antivirais. A doença tem cura e, na maioria das vezes, ocorre em poucas semanas. Os principais tipos de prevenção são o uso de vacina, para as populações de maior risco, e evitar contato com pessoas infectadas”.

Vacinação

Membro da Sociedade Brasileira de Imunização, Marcela Rodrigues esclarece que a vacinação é uma das principais estratégias de cuidados contra a enfermidade. “Essa medida é uma ferramenta crucial na prevenção da doença, especialmente para aqueles que estão em maior risco de exposição ao vírus”.

“O imunizante contra a varíola oferece uma proteção cruzada contra a mpox, sendo priorizada para profissionais de saúde e outras pessoas em risco elevado de exposição. A disponibilidade de vacinas pode variar, por isso é fundamental se informar sobre as campanhas de vacinação em sua região, através dos sites oficiais de saúde”, finaliza.