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Inca estima mais de 39 mil casos de câncer de cabeça e pescoço este ano

Foto: Divulgação

A previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que surjam 39.550 novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil em 2024, incluindo nesta soma os cânceres de cavidade oral, tireoide e laringe. No triênio 2023-2025, isso resultaria em 118.650 ocorrências. As regiões do país que lideram as estimativas são: Sudeste (20.470) e Nordeste (10.070). Elas são seguidas por Sul (4.830), Centro-Oeste (2.760) e Norte (1.420).

Apenas em Minas Gerais, a estimativa é de 4.440 casos anuais, enquanto na capital Belo Horizonte, 750 ocorrências do câncer. A campanha Julho Verde serve para ajudar a difundir informação sobre a doença, em busca de conscientizar cada vez mais pessoas para uma rotina preventiva, destinada ao diagnóstico precoce.

De acordo com a médica especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, Dra. Laryssa Ferreira, o termo câncer de cabeça e pescoço abrange diversos tipos de neoplasia maligna, incluindo câncer de boca, garganta (faringe), laringe, seios da face, tireoide e pele da região do couro cabeludo, face e pescoço. “Esses tumores se diferem em suas causas, tipos histológicos, manifestações clínicas, tratamentos e prognósticos. Para o câncer de boca, faringe e laringe, os principais fatores de risco são o tabagismo e etilismo. O vírus HPV está intimamente relacionado aos cânceres de orofaringe”.

“Nos de tireoide, a exposição prévia à radiação ionizante (radioterapia) e fatores genéticos são os principais fatores de risco. Já a exposição solar é o principal fator de risco para desenvolvimento do câncer de pele, sendo as regiões de cabeça e pescoço as mais afetadas”, completa.

Ela explica que o diagnóstico requer avaliação médica inicial, com dados da história clínica e do exame físico. “Alguns exames de imagem, como endoscopias e tomografias, podem ser solicitados para auxiliar na identificação e extensão do tumor. Posteriormente, uma biopsia é necessária para definição diagnóstica. A biópsia pode ser realizada por punção ou com uma pinça, que retira um pequeno fragmento, ou mesmo a ressecção de toda lesão para análise”.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) diz que as chances de cura podem chegar a 90% se tratado precocemente, sendo importante um diagnóstico rápido.

Laryssa cita que os sintomas variam de acordo com a localização e estágio da doença. “Os principais sinais de alarme são feridas no rosto, na boca ou garganta que não cicatrizam, nódulo persistente no pescoço, rouquidão ou alterações na fala, dor ou dificuldade para engolir, dor de ouvido crônica, sangramento e obstrução nasal frequentes”.

Ainda segundo a médica, as principais opções terapêuticas são cirurgia, radioterapia e quimioterapia. “O tratamento pode ter modalidade única, somente com cirurgia, por exemplo, ou combinada, cirurgia seguida de radio e quimioterapia ou apenas quimio e radioterapia definitivos. A escolha do tratamento depende do tipo de tumor, localização, estadiamento da doença entre outros fatores”.

A SBCCP alerta para manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, conservar a higiene bucal em dia, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar protetor solar e abandonar o fumo. Segundo a instituição, parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.

Casos

Em 2020, a atriz Carla Diaz descobriu um câncer na tireoide. Ela relatou sentir desconfortos na região do pescoço, que vieram a ser sintomas de refluxo. Carla procurou um médico e teve o diagnóstico precoce da doença, após um ultrassom na glândula, o que possibilitou sua cura após a cirurgia.