Desde setembro do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) iniciou a operação de um novo sistema de compartilhamento de bicicletas 100% elétricas, que passou a se somar à opção dos modelos convencionais que já estavam disponíveis. Atualmente, são 63 estações (39 elétricas e 24 convencionais), distribuídas na área Central e na região da Pampulha, com cerca de 500 bicicletas compartilhadas na capital (300 elétricas e 200 convencionais).
Até o final deste ano, a cidade contará com 51 estações e 550 bicicletas totalmente elétricas. Esta ampliação promoverá benefícios ambientais relevantes, contribuindo também para a construção de uma mobilidade mais ativa e saudável.
O engenheiro ambiental Mauro Fagundes diz que as bicicletas elétricas emitem menos gases de efeito estufa do que carros movidos a gasolina. “A maioria dos veículos tradicionais faz uso da queima de combustíveis fósseis, contribuindo para a chuva ácida e intensificando o efeito estufa. Além de serem maléficos para o meio ambiente, também podem causar problemas respiratórios”.
Fagundes ressalta que as bicicletas devem fazer parte do planejamento do transporte dos países. “Uma pesquisa mostrou que optar pelo uso de meios de transporte sustentáveis como única forma de locomoção, durante o período de um ano, cada pessoa deixaria de emitir 4,4 kg de dióxido de carbono (CO2). A medida também melhoraria a mobilidade urbana das grandes cidades, porém, seria necessário ter ciclovias bem planejadas e sinalizadas, assim como estacionamentos seguros e acessíveis para as bikes”.
Além de contribuir com o meio ambiente e com a mobilidade nos centros urbanos, o uso das bicicletas também traz pontos positivos para a saúde. O cardiologista Ricardo Mafra explica que pedalar pode ser um bom exercício físico. “Ajuda a reduzir o risco de obesidade e outras doenças, melhora a frequência cardíaca, tonifica a massa muscular e aumenta a capacidade pulmonar ao proporcionar o consumo máximo de oxigênio”.
“As bicicletas elétricas exigem um menor esforço para pedalar do que as tradicionais, o que pode ser bom para idosos e pessoas com alguma deficiência física, principalmente em Belo Horizonte, que é uma cidade repleta de morros e ladeiras. Também é um exercício de baixo impacto que não prejudica as articulações”, completa.
Para começar a pedalar, basta baixar o aplicativo Tembici, fazer um cadastro, selecionar a cidade de Belo Horizonte e adquirir um plano. Após isso, as bikes podem ser desbloqueadas por QR Code. Ao finalizar o uso, a bicicleta precisará ser devolvida obrigatoriamente em uma das estações.
Incentivo
O Programa de Incentivo ao Uso da Bicicleta em Belo Horizonte – Pedala BH tem como objetivo promover o uso da bicicleta na capital, criando facilidades para quem optar por esse meio de transporte. Além do nítido impacto positivo na mobilidade da cidade, também é um veículo de baixo custo de aquisição e de manutenção, não poluente, silencioso, flexível em seus deslocamentos e promotor da melhoria da saúde.
Ele foi criado em 2005, quando foram elaboradas as diretrizes para sua concepção, e incluído no Planejamento Estratégico da BHTrans. Hoje, faz parte do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte – PlanMob-BH, em reconhecimento dos benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte para a cidade e para os cidadãos.
