Conhecida popularmente como “doença do beijo”, a mononucleose é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr. Normalmente, não apresenta sintomas e pode ser facilmente confundida com outras patologias respiratórias. O vírus invade as células que revestem o nariz e a garganta, afetando os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do corpo.
O infectologista Reginaldo Leite explica que a enfermidade é transmitida pelo contato com a saliva de pessoas infectadas, seja por meio do beijo, espirro, tosse, ou mesmo pelo compartilhamento de objetos, como copos e talheres. “A transmissão ocorre, principalmente, no período de incubação que dura de 30 a 45 dias e a pessoa pode permanecer com o vírus no organismo para sempre. Segundo o Ministério da Saúde, a primeira infecção costuma ocorrer em pessoas entre 15 e 25 anos”.
Sintomas
Quando a mononucleose manifesta algum sintoma, Leite afirma que os mais comuns são fadiga, mal-estar, inflamação da garganta, febre, inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas, amígdalas inchadas e dor de cabeça. “Pode evoluir para sua forma mais grave e inflamar fígado e baço, resultando em complicações. As pessoas imunocomprometidas (como transplantados, pessoas infectadas pelo HIV e pacientes autoimunes) correm maior risco de desenvolver formas severas da doença e complicações”.
Ele reforça que os sinais da doença podem ser confundidos com uma gripe ou um resfriado forte. “O diagnóstico é feito de forma clínica, com base no histórico e nos sintomas apresentados pelo indivíduo, além de exames de sangue complementares. Também podem ser solicitados testes rápidos ou laboratoriais que identificam a presença de anticorpos contra o vírus causador da mononucleose”.
Tratamento
Não há um antiviral que combata especificamente o vírus. O tratamento consiste no uso de medicamentos que controlam os sintomas. “São indicados antitérmicos e analgésicos na maior parte dos casos. Os pacientes também são recomendados a fazer repouso e se manterem hidratados durante uma ou duas semanas, enquanto os sintomas forem graves. Em casos de complicação e comprometimento do fígado e do baço, outros medicamentos são necessários, além de eventual internação”, explica o infectologista. Leite salienta que fortalecer o sistema imunológico pode ser uma boa estratégia para reduzir os riscos de inúmeras doenças, incluindo a mononucleose. “É preciso manter hábitos saudáveis, praticar exercícios, se alimentar bem e ter boas noites de sono”, conclui.