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Turismo internacional injetou R$ 34,5 bilhões na economia

Foto: Freepik.com

 

Os turistas internacionais que visitaram o Brasil durante o ano de 2023 deixaram no país o montante recorde de US$ 6,9 bilhões (R$ 34,5 bilhões), segundo dados do Banco Central divulgados pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). O valor supera em 1,5% a maior arrecadação com o turismo internacional, registrada em 2014, ano que o país sediou a Copa do Mundo de futebol. Há uma década, os visitantes estrangeiros deixaram um total de US$ 6,8 bilhões na economia brasileira.

A meta estabelecida no Plano Nacional de Turismo era de um acréscimo na receita gerada pelo turismo internacional de 8,58% em 2023, mas o resultado foi um crescimento anual de 41%. Em 2022, os turistas internacionais deixaram no Brasil US$ 4,9 bilhões. O novo Plano Nacional de Turismo, aprovado no fim de janeiro pelo Conselho Nacional de Turismo, estabelece como meta alcançar, em 2027, o montante de US$ 8,1 bilhões.

A marca histórica se dá em um ano de retomada do turismo, em 2023, a entrada de turistas internacionais se equiparou ao do período pré-pandêmico: foram aproximadamente 6 milhões de visitantes. O patamar ficou 3% acima do estimado pela Organização Mundial do Turismo (OMT), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a cifra de turistas internacionais de 2023 corresponde a 93% das entradas de 2019, último ano pré-pandemia. Os números de visitantes do exterior são da Gerência de Dados da Embratur em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e a Polícia Federal (PF).

A economista Renata Camargos explica que o setor de turismo é essencial para a economia e para o desenvolvimento geral do país. “O Brasil oferece um grande leque de opções, com belas paisagens, cachoeiras, praias e cidades históricas, o que atrai turistas e ajuda a fomentar a economia de várias cidades, além de criar diversos empregos. Cada vez mais o turismo ganha destaque como um democrático instrumento de distribuição de renda, tendo em vista que a atividade traz benefícios a todos os setores, promovendo um substancial desenvolvimento econômico, cultural e social”.

Em 2023, a Argentina seguiu como principal país emissor de turistas para o Brasil, com 1,9 milhões de visitantes (32% do total). Em seguida estão Estados Unidos, com 668,5 mil (11%); Chile, com 458,5 mil (7,7%); Paraguai, com 424,5 mil (7,1%), e Uruguai, com 334,7 mil (5,6%). A França é o principal país emissor da Europa e aparece na sexta posição, com 187,5 mil turistas (3,1%), seguida de Portugal, com 158,5 mil (3%). Alemanha com 158,5 mil (2,6%), Reino Unido com 130,2 mil (2,2%) e Itália com 129,4 mil (2,2%) completam o ranking.

O recorde em divisas e a retomada no número de turistas internacionais equivalente aos do período pré-crise sanitária se devem, entre outros fatores, a uma série de ações da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), incluindo o aumento da conectividade. Nesse caso, tanto em 2019 quanto em 2023 a quantidade de voos ofertados pelas companhias aéreas ficou em 64,8 mil. O número é mais de 40% maior que o de 2022, quando a oferta foi de 46,2 mil.

Já em relação ao número de assentos em voos, 2023 teve uma oferta 32,47% maior que em 2022, passando de 9,7 milhões para 12,9 milhões, cifra que corresponde a 89,16% da oferta de 2019, de 14,5 milhões. As somas fazem parte de um levantamento de receptivo de turistas internacionais no Brasil da Gerência de Informação e Inteligência de Dados da Embratur.

Para o especialista em turismo, Frederico da Costa, o trabalho do atual governo vem mostrando o Brasil para o mundo de novo e o reconectando com outros países. “A Embratur tem reforçado ações no exterior, com a participação em feiras e eventos. Além de promover parcerias com empresas aéreas para ampliar a malha de voos internacionais, que era um dos limitadores ao avanço do turismo receptivo”.

“Vamos crescer e buscar parceiros que reforcem a mensagem de um país com responsabilidade climática e diversidade, além das riquezas naturais, culturais e gastronômicas. Há uma forte demanda por lazer, experiência e novos destinos no pós-pandemia. E o Brasil é competitivo nesse sentido, com oferta de voos e câmbio favorável. Isso movimenta toda a cadeia”, finaliza.