Do ponto de vista técnico, não há razão para o aumento de até 30% nos preços do material escolar deste ano na Região Metropolitana de Belo Horizonte, visto que a inflação fechou o acumulado de 2023 em 4,62%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a ganância dos comerciantes sempre prevalece. Essa realidade leva muitos pais ao sacrifício, especialmente porque o início do ano é marcado pelo pagamento do IPVA, IPTU, entre outros compromissos financeiros inadiáveis.

Um levantamento do site Mercado Mineiro aponta a existência de produtos da lista de material escolar com oscilação no valor que pode chegar a mais de 300%. Diante disso, a presidente da Associação Brasileira de Profissionais em Educação Financeira (Abefin), Lusciméia Reis, sugere a criação de grupos de compras coletivas para negociar descontos com os fornecedores. Ela também propõe uma ação dos pais em conjunto com a escola para conseguir a aquisição do material mais barato.

A dirigente recomenda que os progenitores optem pela condição mais acessível, levando em conta a qualidade e durabilidade do produto. Na avaliação da especialista, quando se toma uma decisão econômica com planejamento financeiro, calcula-se antecipadamente qual é a meta e a relevância do bem a ser adquirido, para que o valor e a condição não impactem o orçamento.

Na pesquisa do Mercado Mineiro, constata-se uma sugestão, inclusive de empresários ouvidos na sondagem, para que sejam incluídas as opções de alguns produtos genéricos, pois eles têm a mesma funcionalidade dos originais e atendem bem ao mercado consumidor.

O levantamento foi realizado no final da primeira quinzena de janeiro e analisou 80 produtos em 11 lojas especializadas da Grande Belo Horizonte. Quem quiser saber mais detalhes pode acessar o aludido site, onde está a pesquisa completa feita para apresentar aos consumidores a comparação de preços entre os principais estabelecimentos do setor.

Por todos os títulos, o interessado no bom encaminhamento dessa tarefa carece de visitar mais de uma loja, discutir preços, conversar com os diretores das escolas e dialogar com outros pais. Não adianta ficar se lamentando, pois os comerciantes não irão se sensibilizar com os apelos da parte interessada na aquisição dos produtos.