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Conheça o break dance, modalidade que pode aparecer nas Olimpíadas de 2024

O quadro de modalidades olímpicas tem sofrido a inclusão de vários esportes. Por exemplo, nos Jogos de Tóquio, em 2020, escalada, skate e surfe já estão confirmados e, para 2024, em Paris, há expectativa de vários outros, como boliche, xadrez e break dance.

A proposta para a inclusão da candidatura do break dance nos jogos foi apresentada, em dezembro do ano passado, pelo Comitê Organizador da Olimpíada de Paris-2024 e ainda precisa ser analisada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) até o final de 2020.

Alex José Gomes, conhecido como Pelezinho, foi o primeiro Bboy brasileiro a participar da Red Bull BC One, na Alemanha, e conquistar a quarta colocação em 2005. Essa competição é considerada um dos maiores eventos mundiais da modalidade. Além disso, ele já foi jurado do torneio em 2011 e participou de torneios nacionais e internacionais. Para Pelezinho, a possibilidade da inclusão do break dance nas Olimpíadas já traz visibilidade para a dança.

“Ainda há várias pessoas que têm preconceito com a modalidade e pensam que ela não pode evoluir. Com a inclusão nos jogos, aquela mãe ou pai que não tem informações sobre o tema vai passar a conhecê-lo melhor e entender o que o seu filho está fazendo. Ademais, isso vai ajudar muito a nova geração que quer viver da dança, pois será mais fácil de ter competições e conseguir patrocinadores”.

O Bboy afirma que as disputas na modalidade acontecem com os competidores se enfrentando para que os jurados avaliem a performance de cada um. “Caso o break seja incluído nas Olimpíadas, além dessa categoria, haverá também um mix de homem com mulher, mas ainda não há definição de como vai ser”.

Para o dançarino, os destaques internacionais na modalidade são os japoneses, Estados Unidos e Holanda. “Há alguns talentos no Brasil, como o Bboy Bart, de Fortaleza, e o Bboy Leony, de Belém do Pará, que poderiam ter bons resultados nos jogos”.

Break dance no Brasil

O break dance já faz parte do quadro dos Jogos Olímpicos da Juventude e houve uma disputa da modalidade em 2018, em Buenos Aires, na Argentina. Pelezinho relata que, na ocasião, o Brasil não mandou nenhum representante. “Por exemplo, se a dança fosse incluída no quadro olímpico ano que vem, o nosso país não teria ninguém para representá-lo, pois não há nenhum órgão que regule o esporte. Não sei se para os Jogos de Paris haverá alguma mudança. Eu espero que sim”.

O Bboy afirma que existem algumas competições nacionais, mas é preciso melhorar. “A Red Bull está realizando eliminatórias no Brasil para levar o ganhador para disputar a competição mundial que, neste ano, será realizada na Índia. Outra marca conhecida que está entrando nas danças urbanas é a Nike. Apesar de ter várias disputas no país, são poucas as que dão um suporte bacana para o competidor”.

Para ele, o mais importante para o break é ter o reconhecimento da população como um esporte que deve ser respeitado e que merece investimento. “A galera precisa entender o que a gente faz, afinal a dança já existe há vários anos. Comunicação tem bastante, mas parece que algumas empresas não querem acreditar ou valorizar isso. Eu danço há mais de 24 anos e, hoje, sou o porta-voz de vários dançarinos, seja pelos trabalhos que já fiz ou por quem me patrocina, e vejo que se houvesse mais ajuda, poderíamos estar melhor”, finaliza.