No início deste mês terminou mais uma edição do Campeonato Brasileiro. América, Atlético, Cruzeiro, Tombense, Pouso Alegre, Athletic, Democrata de Governador Valadares e Patrocinense tiveram seus destinos traçados para o Brasileirão de 2024.
O América foi rebaixado para série B, o Atlético conseguiu uma vaga na Libertadores e o Cruzeiro na Sul-Americana. Já o Tombense caiu para a série C e o Pouso Alegre foi para a D. O Athletic foi a única equipe mineira que conseguiu uma ascensão, indo para a série C. O Democrata, junto com o Villa Nova e Ipatinga, vão disputar a última divisão do campeonato no ano que vem.
José Augusto Toscano, jornalista e coordenador de esportes da Rádio Inconfidência, destaca que a participação dos clubes mineiros nas quatro divisões foi mediana. “Exceção para o Athletic de São João del-Rei, semifinalista da última divisão do campeonato e que conquistou o acesso à série C”.
Ele pontua que a campanha do Atlético nesta temporada pode ser considerada boa. “Afinal, conquistar uma vaga na Libertadores é sempre positivo. Entretanto, fica uma frustração, uma vez que, pela qualidade do elenco atleticano esperava-se mais. A marca do futebol do Galo, em 2023, foi a instabilidade”.
Já o Cruzeiro volta ao cenário internacional, com a Sul-Americana, depois de quatro anos. Toscano afirma que o time precisa de contratações, independentemente da competição. “Elas são necessárias em todos os setores do time, mas se tiver que escolher só uma, certamente, é o ataque. A equipe teve dificuldades em fazer gols neste ano que se encerra”.
O jornalista ressalta também que os torcedores podem e devem esperar uma evolução do Cruzeiro em 2024. “Creio que ela acontecerá, entretanto, com os pés no chão. Torço para que não haja extravagâncias na gestão do futebol e não se repitam acontecimentos que levaram a Raposa à situação em que chegou. Imagino um time competitivo, candidato a pelo menos um título na temporada e com boas participações nas competições nacionais e internacional”.
Com relação ao América, Toscano pensa que o balanço final acabou sendo negativo, especialmente, em virtude da participação lamentável na série A. “Aliás, a campanha americana na primeira divisão, ainda será objeto de estudo de especialistas em futebol”.
“Em pelo menos 75% dos jogos do Coelho no campeonato, ele jogou bem, mas não ganhou. Nas outras competições, principalmente, no Mineiro e Sul-Americana, foi bem, contudo, com o passar dos meses, percebeu-se, tardiamente, que o time não tinha um elenco que desse conta de disputar tantos torneios e culminou com o enfraquecimento no Brasileirão”, complementa.
Mineiro 2024
O Campeonato Mineiro começa no dia 24 de janeiro. Serão 12 clubes, divididos em três grupos, com quatro equipes cada. Nesta edição, o Itabirito e Uberlândia se juntam ao América, Athletic, Atlético, Cruzeiro, Democrata de Governador Valadares, Ipatinga, Patrocinense, Pouso Alegre, Tombense e Villa Nova.
Para Toscano, o favorito ao título estadual é o Atlético. “Pelo elenco que tem e que pretende manter, pelo menos, grande parte dele. E para o ano que vem, em Minas, o Galo está em patamar acima dos demais clubes”.
Sobre as novidades da competição, ele vê com bons olhos o retorno do Uberlândia e a estreia do Itabirito no Módulo I do Mineiro. “Porém, como as dificuldades para fazer futebol sem dinheiro são gigantescas, imagino que, tanto para os dois clubes citados e os demais times do interior, o objetivo número um de todos é se manter na primeira divisão”.
Na avaliação do jornalista, os destaques dos clubes do interior na competição serão Athletic de São João del-Rei e o Itabirito. “Dos times da capital, vou manter a tradição, acredito que os três estarão na semifinal”, finaliza.