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Varejo de BH tem índice maior que a média estadual e nacional

Vendas do setor avançaram 1,28% – Foto: Marcelo Camargo

O volume de vendas do comércio varejista de Belo Horizonte apresentou um avanço no índice acima da média nacional e estadual. Ambas progrediram 0,7%, enquanto na capital mineira, o setor cresceu 1,28% no mês de julho em comparação a junho, conforme dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).

Todos os segmentos tiveram desempenho positivo no período, exceto informática, que teve uma retração de 2,63%. Drogaria e cosméticos ficaram em destaque com o avanço de 9,23%, seguido por vestuário e calçados (8,5%); papelarias e livrarias (7,77%); supermercados (6,23%); veículos e peças (5,1%); eletrodomésticos e móveis (3%); material elétrico e de construção (1,28%) e artigos diversos – brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, bicicletas e instrumentos musicais (0,98%).

Para o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, o crescimento pode ser atribuído ao aumento da renda das famílias, à queda do desemprego, à redução dos juros e ao recuo da inflação. “Além disso, o programa Desenrola Brasil recolocou no mercado de consumo um número significativo de pessoas que estavam endividadas. Tudo isso tem reduzido o aperto monetário e favorecido o consumo”.

Já o economista Wallace Pereira acrescenta que Belo Horizonte é uma cidade tipicamente caracterizada por ser um município de serviços. “Esse histórico contribui para a formação de gerações de empreendedores hábeis em conduzir seus negócios em momentos difíceis”.

“Além disso, a capital tem apresentado uma trajetória de declínio da inflação nos últimos três meses, muito influenciada pela queda dos preços dos transportes, combustíveis, alimentos e produtos administrados. Esses fatores possibilitam que os consumidores possam transitar mais pela metrópole, e isso contribui para que Belo Horizonte fique em destaque em relação à média estadual e nacional”, afirma o economista.

Mas, Pereira ressalta que apesar do crescimento é preciso ter cautela. “Mesmo com as festas de fim de ano será necessário esperar a resposta da economia às quedas das taxas de juros Selic que ocorreram nos últimos meses. A se confirmar a trajetória de declínio e a melhora da economia de forma geral, os consumidores terão aumento da renda e o setor pode se beneficiar de forma mais consistente”.

Acumulado

Segundo o levantamento, o varejo se manteve estável entre janeiro e julho deste ano. No acumulado, o crescimento foi de 0,97%. A análise revela ainda que nos últimos 12 meses (julho de 2023 – agosto de 2022) o setor obteve um crescimento de 1,02%, valor que se aproxima ao período pré-pandemia. Contudo, o economista destaca que ainda é cedo para afirmar que houve uma recuperação plena do varejo, após o período pandêmico. “Acredito que será necessário mais um ano de resultados positivos para que as empresas do setor estejam definitivamente recuperadas e prontas para colocar em curso as estratégias de investimento mais robustas”, esclarece Pereira.

Crescimento anual

Na análise anual (julho de 2023 – julho de 2022), a atividade varejista da capital mineira cresceu 1,07%. Neste período, o segmento com melhor desempenho foi o de papelaria e livrarias, que avançou 5,66%. Os demais obtiveram os seguintes resultados: drogarias e cosméticos (5,12%); supermercados (4,23%); vestuário e calçados (4,02%); veículos e peças (4%); eletrodomésticos e móveis (2,5%) e artigos diversos (0,53%). informática e material elétrico e de construção recuaram 1,26% e 0,69%, respectivamente.

“Os números positivos do varejo melhoram a dinâmica econômica de Belo Horizonte. Isto atrai novas empresas do próprio setor e de outros segmentos que desejam aproveitar os benefícios advindos de uma economia local mais forte. O resultado é a maior oferta e variedade de produtos e serviços para os moradores da capital e região metropolitana”, diz o economista.

De acordo com a CDL/BH, com o atual cenário econômico, a instituição revisou a perspectiva para o crescimento das vendas no comércio em Belo Horizonte em 2023, passando de 1,5% para 1,9%.