Home > Editorial > Organizações criminosas

Organizações criminosas

As eternas discussões relacionadas à falta de moradia, problemas na área da saúde, educação fragilizada e corrupção entre políticos parecem estar sendo deixadas de lado. Isso porque é crescente a onda de violência física e patrimonial, tirando a paz de pessoas e de famílias inteiras, em cidades iguais a Jequié na Bahia, considerada a mais violenta do Brasil, se igualando a alguns municípios que convivem com idêntica situação mundo afora.

Em verdade, a primeira quinzena de outubro está sendo encerrada com a exibição de uma espécie de filme de terror, diante da exposição de armas pesadas, cena protagonizada pelos marginais do Rio de Janeiro, a mesma ex-cidade maravilhosa, que na semana anterior, também presenciou a execução de três médicos de maneira sumaria e com requintes de covardia.

O desafio das autoridades para tentar conter essa escalada é enorme. Até porque, as organizações criminosas, inicialmente atuando no Rio de Janeiro e São Paulo, já se expandiram pelo país, inclusive empunhando presença em cidades turísticas, como Salvador, Fortaleza, Recife, entre tantas outras do Nordeste brasileiro. Lamentavelmente, esse modus operandi, procedente dessa espécie de “cesta de maldade”, já ronda Minas Gerais.

Em uma recente entrevista coletiva, representantes da Polícia Militar e da Polícia Civil, externaram preocupações pelo fato de a investigação ter provado que os grupos criminosos que atuam na região metropolitana de Belo Horizonte são bem-estruturados e exploram o tráfico em diversos pontos da localidade.

Ao debater com a imprensa, discorrendo sobre essa realidade em território mineiro, a porta-voz da Polícia Militar, major Layla Brunnela, aponta que a disputa pelos pontos de tráfico em muitas cidades de Minas, além da região metropolitana, já provocou centenas de homicídios nos últimos meses. “Só em 2023 foram mais de 100 assassinatos. Eles podem estar ligados aos crimes aludidos no contexto das investigações”.

Vale destacar que o tema segurança deve ser preocupação de todos, independente de coloração partidária e ideologia. Se não acontecer uma união de esforços, até mesmo mediante ajuda internacional, dificilmente ocorrerá a minimização do ímpeto dos marginais.

Hoje, nem mesmo as autoridades constituídas e os políticos, representantes do povo, possuem plena convicção de que estão seguros. Isso é um desafio a ser enfrentado, baseado em estudos sociológicos e, naturalmente, mediante a implementação da prática de ações capazes de distanciar essa agressão extrema.