Em outubro começa a estação chuvosa em Minas Gerais, indo até março de 2024, sendo o período entre dezembro e março os meses com um maior volume de chuvas. De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Claudemir de Azevedo, o acumulado para todo o estado nesse primeiro mês deve ficar dentro das expectativas. “Em outubro, o volume médio esperado em áreas da região Central é de até 100 mm. Já no Norte, a estimativa é entre 40 a 50 mm. No Sul de Minas pode chover até 140 mm”.
Azevedo diz que existe a possibilidade de os volumes acumulados chegarem a, no mínimo, 400 mm em Minas Gerais. “Em média, nós temos na região Central, Triângulo e Sul de Minas, 700 mm de chuva durante o período do verão. Já no Norte, o volume é um pouco menor, podendo chover até 400 mm”.
O meteorologista explica que a atuação do El Niño, fenômeno que causa o aquecimento das águas do Oceano Pacifico, não deve influenciar no volume de chuva, mas na intensidade e periodicidade delas. “Ele impacta o estado entre a primavera e o verão. Em termos de chuvas, a expectativa é de que ocorram chuvas de intensidade forte, acompanhada com raios, rajadas de vento e até granizo. Em relação ao volume total durante a primavera e verão, a perspectiva é que, principalmente no Centro e no Sul do estado, tenhamos chuvas dentro da média histórica, mas no Norte e Noroeste podem ficar abaixo”.
“Diferente dos últimos três anos, devemos ter uma primavera com temperaturas mais elevadas sobre toda Minas Gerais e o padrão de chuva muda em relação ao ano passado, quando tivemos a formação do La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico, com uma primavera com chuvas bem distribuídas e volumes significativos em todo o estado”, esclarece.
“Já esse ano, devemos ter chuvas pontuais, em formas de temporais e grandes volumes de água em um curto espaço de tempo. As temperaturas devem ficar acima da média, pois o El Niño influenciou uma onda de calor que atingiu toda Minas Gerais nos últimos dias, causando recordes de temperaturas máximas. Cidades no Norte registraram temperaturas acima dos 40 graus e em Belo Horizonte, a maior temperatura da história, 38,6 graus no último dia 25 de setembro”, completa.
Claudemir esclarece que o fenômeno tem influenciado o clima de todo o país. “O El Niño impacta principalmente a região Sul do Brasil entre o final do inverno e o início da primavera. O Rio Grande do Sul, em setembro, vem batendo recorde de volume de chuva. Algumas regiões da grande Porto Alegre já estão chegando próximo aos 500 mm. Por outro lado, grande parte dos municípios do Norte do país já decretaram situação de emergência devido à seca”.
Medidas de prevenção
A Defesa Civil de Belo Horizonte recomenda alguns cuidados durante o período chuvoso. A população também pode acompanhar os alertas e as orientações da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil por meio do Instagram, Twitter, Facebook e pelo canal público do Telegram no endereço: defesacivilbh e também via SMS, enviando o CEP da rua para o número 40199. O serviço é gratuito.
- Evitar áreas de inundação e não trafegar em ruas sujeitas a alagamentos ou perto de córregos e ribeirões nos momentos de forte chuva.
- Não atravessar ruas alagadas nem deixar crianças brincando nas enxurradas e próximo a córregos.
- Não se abrigar e nem estacionar veículos debaixo de árvores.
- Atenção especial para áreas de encostas e morros.
- Nunca se aproximar de cabos elétricos rompidos. Ligue imediatamente para Cemig (116) ou Defesa Civil (199).
- Se notar rachaduras nas paredes das casas ou o surgimento de fendas, depressões ou minas d’água no terreno, avise imediatamente a Defesa Civil.
- Em caso de raios, não permaneça em áreas abertas e nem use equipamentos elétricos.