Até julho deste ano, Minas Gerais apontou um total de 2.305.790 empresas ativas, de variados portes. Nos primeiros sete meses, 253.129 novos registros foram criados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e 148.241 foram extintos. Mesmo assim, o Estado apresentou um saldo positivo de 104.888 empreendimentos. Os dados são do painel Mapa de Empresas, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Ainda de acordo com o estudo, do total de empresas abertas, 247.099 foram de matrizes e 6.030 filiais. Considerando a natureza jurídica, 2.088.122 foram de microempresas, 93.927 empreendimentos de pequeno porte e 123.741 de outras. O tempo médio de abertura, no acumulado de 2023, ficou em 1 dia e 3 horas.
Conforme o economista Gelton Pinto Coelho, os índices que o Estado apresentou são os reflexos das ações centrais do governo federal. “A ampliação dos investimentos públicos em áreas sociais, como o complemento de renda via Bolsa Família, o aumento do salário mínimo que atingiu também os aposentados e pensionistas, além da antecipação do décimo terceiro que ajudou, em parte, a resolver a crise de financiamento que vive toda a sociedade regida por uma taxa de juros alta e incompatível para o momento do país”.
Ele também destaca que, especificamente Belo Horizonte, tem reflexos positivos das ações em tempos de pandemia. “Proporcionalmente faleceram menos pessoas idosas do que em outras cidades que não adotaram os mesmos procedimentos. Essa renda, que permanece com os aposentados e pensionistas vivos, ajuda a sanear e distribuir receita no setor de serviços. Somado a isso, o controle de preço dos combustíveis, por parte do governo federal, das passagens de ônibus pela Prefeitura de BH e a queda da inflação, gerou mais renda disponível e ampliação do consumo”.
Para Coelho, cada semestre ou trimestre tem um tipo de comportamento, por isso é difícil prever se a tendência é o índice continuar em alta. “Há muitos fatores do primeiro semestre que não se repetirão no segundo. Em uma economia dependente dos investimentos públicos, as decisões governamentais passam a ter peso diferenciado. Há, porém, um sentimento de melhora, o que pode gerar uma escala de investimentos e decisões para além das ações governamentais”.
Empresas ativas
Dos empreendimentos por atividade econômica, segundo dados do MDIC, o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios apresenta o maior índice, com 121.545 empresas. Seguido pelos cabeleireiros, pedicures e manicures, 103.744 unidades; e obras de alvenaria, 76.302 empreendimentos.
Empresas extintas
No mesmo período do ano passado, Minas Gerais registrou 114.459 empresas que foram encerradas. Esse ano, foram 148.241, tendo uma elevação. Desse total, as microempresas apresentaram o maior índice, 143.205, seguido por outras, 2.730, e pelos empreendimentos de pequeno porte, 2.306.
Coelho explica que o endividamento da população e das empresas ainda reflete nesses números. “A falta de financiamento adequado, as taxas de juros altas e o comprometimento da renda, ao longo dos anos, fez com que muitos empresários não suportassem a escassez de demanda. Grande parte desses empreendimentos não tem financiamento próprio, capital de giro e são amplamente dependentes do momento da economia. Isso provoca oscilações nem sempre suportáveis”.
Índice nacional
O Brasil também registrou um saldo positivo, foram 1.064.683 empresas abertas. De janeiro a julho, foram criados 2.351.279 novos registros no CNPJ e, por outro lado, 1.286.596 empreendimentos foram fechados.
Até o sétimo mês do ano, o saldo segue positivo quando se retira da conta os dados de microempreendedores individuais (MEIs). Nesse cenário, o Brasil abriu 567.975 empresas e fechou 315.987, com saldo de 251.988. O país tem 21,6 milhões de empreendimentos ativos, sendo que o tempo médio de abertura é de 1 dia e 4 horas.