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Consumo nos supermercados mineiros cresce 1,91% no primeiro semestre

Índice vem apresentando alta desde fevereiro / Foto: Freepik.com

Conforme o Índice de Consumo dos Lares Mineiros, realizado pela Associação Mineira de Supermercados (Amis), a demanda dos consumidores nos supermercados mineiros cresceu 1,91% no primeiro semestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2022. Em junho, houve avanço de 4,86%. O indicador aumentou 1,14% no setor na comparação com maio. O estudo também mostra que desde fevereiro, o índice do acumulado do ano vem apresentando alta, foi de 1% até 1,91% em cinco meses.

Segundo o presidente executivo da Amis, Antônio Claret, a variação surpreende positivamente, já que, tradicionalmente, o mês de junho tem demanda menor. “O fato de maio ter registrado um desempenho ligeiramente negativo, acabou entregando uma base baixa de comparação na passagem para o mês seguinte, que registrou essa expansão no índice de consumo”.

Ele complementa dizendo que a elevação do acumulado reflete o comportamento do consumidor com mais recursos para as compras domésticas. “Isso é motivado por fatores como a recuperação dos índices de emprego e a manutenção dos programas oficiais de transferência de renda. Normalmente, o principal destino das pessoas, quando recebem os salários ou outros recursos financeiros, são os supermercados para o abastecimento de seus lares”.

Para o economista Paulo Bretas, o principal fator é a melhoria do poder aquisitivo. “Isto decorre de melhores salários, mais empregos e a redução da inflação, em especial, a dos alimentos. O preço dos produtos alimentícios vem caindo com muita persistência e isso incentiva muito o aumento do consumo”.

Sobre a tendência de a variação permanecer positiva nos próximos meses, Bretas afirma que vai depender do comportamento geral da economia e da inflação em particular. “É bom lembrar que não tivemos um segundo trimestre de crescimento econômico tão bom como foi o primeiro de 2023. São muitos os fatores e também as expectativas que podem influenciar o consumo”.

Ele ainda destaca que o impacto na economia é sempre positivo. “Na medida em que aumenta o consumo, gera mais recursos nas mãos dos empresários mercadistas, que certamente irão recompor estoques, movimentando especialmente as indústrias de alimentos e produtos de limpeza. Quando há mais demanda em condições de atendimento com oferta regularizada, todo mundo ganha. Até mais empregos poderão ser gerados”.

Importância do setor

De acordo com a pesquisa, no semestre, foram contabilizadas 24 novas unidades que geraram 2.260 empregos de forma direta. O estudo aponta somente as lojas novas, ou seja, não são contabilizadas reformas, ampliações ou mudanças de bandeira por aquisições.

Bretas afirma que o setor de serviços, em geral, representa em torno de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas. “O mercadista responde por cerca de 8%, sendo 1% acima do que a categoria representa no PIB nacional. Em 2022, o Estado tinha seis das 25 maiores redes do país. No ano passado, a participação no faturamento nacional, do segmento, foi de 11,9%”.

Variação regional

A região Central teve o maior crescimento do consumo no acumulado do semestre, com 6,25%. Em seguida, o Triângulo/Alto Paranaíba, com 5,03%, registrou o segundo maior desempenho. Por outro lado, o Rio Doce/Jequitinhonha/Mucuri, com 1,22%, e o Centro-Oeste, com 1,65%, apresentaram a menor demanda no setor no período.

Claret destaca o desempenho do Sul de Minas, que em 2022 fechou com 14,12%, se recuperando de um desempenho negativo em 2021 (-1,58%), e neste semestre acumula alta de 3,29%, acima da média estadual. “Temos no Sul uma economia diversificada, que gera muito emprego e renda, e um setor supermercadista dinâmico, com grandes redes, mas também com empresas médias e pequenas muito eficientes, além da atuação das centrais de negócios, que contribuem para o desenvolvimento mais forte do setor na região”, conclui.