O futebol profissional de Minas Gerais atravessa um período complicado. Na série A, que chega a sua metade, os três times da capital ainda não transmitem confiança para os seus torcedores. O Cruzeiro em 10º lugar, o Atlético em 13º e o América em 19º. A falta de regularidade é uma constante. A corrida é para recuperar o terreno perdido, mas o tempo vai escapando entre os dedos. O campeonato é muito competitivo e qualquer descuido pode ser fatal.
Chegar ao título ou no mínimo ficar entre os quatro melhores já parece impossível. A luta é para tentar vaga nas competições Conmebol do próximo ano, que já seria de bom tamanho para salvar a temporada. Risco maior corre o América, que precisa reagir bem depressa para fugir da degola.
Na série B, o Tombense, revelação do interior e que sempre faz boas campanhas, passa por um momento difícil. O time não engrena, joga sempre fora da sua sede e tem uma logística complicada para viajar. Ocupa o 16º lugar na tabela, com apenas 19 pontos ganhos. É sério candidato a descer a rampa.
Na série C, o Pouso Alegre realiza uma campanha muito ruim. A turma do Sul de Minas botava muita fé no dragão, mas pelo andar da carruagem, a coisa desandou e ocupa a 19ª posição, com apenas 12 pontos. Mais do que reação, precisa é de superação para evitar pouso forçado no andar inferior.
Na série D, competição que reúne 64 times de todos os cantos do Brasil, muitas viagens, campos ruins e pouco dinheiro, os três representantes de Minas até que caminham bem. Já estão classificados entre os 16 melhores, com direito a participação nas chamadas fases de mata-mata. O Athletic de São João del-Rei desafia o Brasiliense, o Patrocinense pega o Brasil de Pelotas e o Democrata de Governador Valadares encara o Anápolis. Os vencedores seguem em frente. É uma guerra participar desta série D, o que vale mesmo é o sonho de subir mais um degrau no cenário esportivo nacional.
Enquanto rola as competições a nível nacional, América e Atlético também participam das competições internacionais. O Coelho nas oitavas da Sul-Americana, medindo forças com o Bragantino em dois jogos, e o Galo nas oitavas da Libertadores, desafiando o Palmeiras também em dois jogos. Na próxima semana, acontecem os jogos da volta. Aí vamos saber quem passou para as quartas de final ou foi eliminado. Nos resta torcer muito pelos mineiros.
Ao mesmo tempo, a Federação Mineira de Futebol realiza o campeonato regional do módulo II, que oferece ao campeão e ao vice o direito de subir para o módulo I em 2024 e rebaixa os dois últimos para a segunda divisão. O evento está na fase do hexagonal, Betim, Itabirito, Uberlândia e URT disputam os dois primeiros lugares pau a pau e faltam só três rodadas. Boa e Aymorés já estão fora de combate.
Completando o calendário, de 26 de agosto a 25 de novembro acontece o Campeonato Mineiro da segunda divisão. Participam 17 times, divididos em três grupos. Entre eles alguns times tradicionais que já disputaram a elite do nosso futebol. América de Teófilo Otoni, Valério de Itabira, Guarani de Divinópolis, Mamoré de Patos de Minas e Nacional de Uberaba.
Se dentro de campo estamos com o freio de mão puxado, fora das quatro linhas as novidades são muitas. A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) assumindo times, possibilidade da criação da sonhada liga, quem sabe até duas, inauguração da bela Arena MRV e os acertos para a saúde do gramado do Mineirão. No interior, vários times se organizam para melhorar o desempenho, incluindo até o surgimento de novas forças.
Que os projetos saiam do papel com sucesso, lembrando que o mais importante é o trabalho sério para sanar as dívidas e da busca permanente da sustentabilidade. Nosso futebol anda meio morno, mas tem tudo para esquentar.