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Exposição “Aqui Jaz” retrata questões relacionadas à violência contra a mulher

Mostra estará disponível para visitação até início de setembro

A autoria é da belo-horizontina Priscila Rezende – Foto: Felipe Messias/Divulgação

Até o dia 3 de setembro, o BDMG Cultural apresenta a exposição “Aqui Jaz”, da artista visual Priscila Rezende, como parte da programação do Ciclo de Mostras 2023. A mostra fica em cartaz, diariamente, na Galeria de Arte BDMG Cultural, localizada na região Centro-Sul de Belo Horizonte, com entrada gratuita.

Composta por seis trabalhos de diferentes suportes – fotografia, performance e videoperformance, “Aqui Jaz” aborda a questão de gênero, em especial a violência contra a mulher e o feminicídio. Os trabalhos são parcialmente autobiográficos ao fundirem as experiências da artista à de inúmeras outras mulheres, tensionando conflitos sociais, o medo e o silenciamento.

Diversos registros da exposição, sobretudo os de autoria da artista, foram realizados durante o isolamento social e resgatam suas próprias vivências para refletir a violência doméstica, que se torna o mais perigoso e assustador para muitas mulheres. “Isto não é uma exposição de arte. Não estou parafraseando Magritte. É porque, realmente, não se trata somente de arte. É um sepultamento ou um funeral, talvez? Isto é uma exposição-funeral-celebração. É para mim e espero que possa ser também para todas as mulheres que por aqui passarão”, relata Priscila Rezende em uma carta que estará presente na mostra.

Em texto crítico, a pesquisadora, performer e dramaturga Nina Caetano avalia que a mostra é um ritual de celebração e renascimento. “Aqui Jaz produz experiência catártica e busca a escuta de dores compartilhadas. Isso porque Priscila não está só: a ferida aberta, suturada em cada imagem e frase que compõe a exposição, transpassa outras existências, uma vez que, na encruzilhada identitária que forja sua força, temos os maiores índices de violência. Mulheres negras são maioria em taxas de trabalho infantil, subemprego, encarceramento, vítimas nos casos de agressão sexual, violência doméstica e feminicídios. A exposição é sobre violência, mas também é sobre romper silêncios”, completa.