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Brasil registra 100 mil novos casos de Alzheimer por ano

Em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença no país / Foto: Freepik.com

 

Segundo dados do Ministério da Saúde, em torno de 1,2 milhão de brasileiros têm Alzheimer e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum a de Alzheimer, que atinge sete em cada dez indivíduos em todo o mundo.

A OMS alerta ainda para a tendência de aumento preocupante desses diagnósticos, com o envelhecimento da população. Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050.

A geriatra Simone Lima, da Saúde no Lar, explica que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta o cérebro. “Ele causa problemas progressivos de memória, cognição, pensamento e comportamento, afetando a funcionalidade do paciente, gerando transtornos no seu dia a dia. Apesar de ter sido descoberta há anos, a enfermidade ainda não é totalmente compreendida”.

Ela afirma que a patologia é mais comum após os 60 anos. “Mulheres têm mais risco de desenvolver a doença e isso pode ter relação com o fato delas viverem mais do que os homens. Outros fatores como estilo de vida (sedentarismo, uso de tabaco e abuso de álcool) e doenças crônicas (hipertensão, diabetes, obesidade) também influenciam”.

 

Sintomas e tratamento

Segundo a geriatra, os sintomas variam de um paciente para o outro e também de acordo com o estágio da doença. “Entre os principais sinais estão problemas de memória, dificuldade na realização de tarefas do dia a dia que antes eram comumente feitas, perda de noção de tempo e espaço, não conseguir encontrar palavras ou participar de conversas e nem compreender o que está sendo falado, alterações no humor e no comportamento, além da falta de motivação para fazer atividades que antes eram comuns e prazerosas para o indivíduo”.

O diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica em consultório. “Associamos essa análise com as informações que os familiares trazem sobre o comportamento do paciente, Brasil registra 100 mil novos casos de Alzheimer por ano junto a isso, nós excluímos algumas doenças que atrapalham a memória. Ainda não existe um teste de fácil acesso para dar o diagnóstico de Alzheimer. Já temos alguns marcadores de proteína Tau e Beta Amilóide, mas não são exames que pedimos no dia a dia, são feitos em situações específicas”, pontua Simone.

Ela ressalta ainda que a doença não tem cura, apesar de diversos estudos estarem em andamento. “Os tratamentos disponíveis são com o uso de remédios ou não. As medicações lentificam a progressão da doença de Alzheimer, fazendo com que os casos evoluam de forma mais lenta. E alguns pacientes respondem mais aos medicamentos que outros”.

Em relação à prevenção, a geriatra destaca que nós temos os fatores de risco não modificáveis que causam as lesões neuronais. “Esses estão relacionados com genética/hereditariedade que predispõem o paciente a ter a doença. Existem também as causas de risco modificáveis, como praticar atividades físicas constantes, alimentação adequada e equilibrada, aumentar o conhecimento, estimulando o funcionamento do cérebro, além de não fumar e não consumir álcool em excesso”.

 

Comportamento

Simone conclui dizendo que pessoas com Alzheimer podem apresentar episódios de agressividade ou comportamento agitado. “Isso pode ser desencadeado por diversos fatores, como medo, dificuldade de comunicação, ansiedade, estresse ou desconforto físico. A melhor maneira de lidar com essa situação é manter a calma, evitar reações negativas ou confrontos. Vale observar também o ambiente ao redor do doente, criando um local tranquilo e acolhedor para ajudar a reduzir a irritabilidade”.

 

Caso famoso

A atriz e cantora Edyr de Castro, que integrou o grupo “As Frenéticas”, sofreu do mal de Alzheimer. Ela foi diagnosticada em 2011, com o grau mais alto da doença e era acompanhada por uma cuidadora no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. De acordo com entrevistas da época, no asilo, ela passava o dia assistindo a DVDs de palestras sobre espiritismo e cantarolando hits de sucesso como “Dancin’ Days”. Edyr morreu em 2019, aos 72 anos, por falência múltipla dos órgãos.