A dor crônica é uma dor que dura e se repete por meses ou anos. Embora possa se originar dos sintomas de outras condições médicas, como artrite, fibromialgia ou lesões, ela pode se desenvolver e persistir independentemente de outros problemas. Cerca de 40% da população brasileira sofre com algum tipo de dor crônica.

O fisioterapeuta Rafael Alaiti explica que a principal dor que os brasileiros sentem é a musculoesquelética, consequência de um esforço repetitivo relacionado ao trabalho em ossos e músculos. “Esse tipo está presente em todas as faixas etárias, sendo o principal motivo de dias perdidos no trabalho. Somente nos últimos 20 anos, 65% dos afastamentos foram por esse motivo. O paciente tem a sua vida afetada completamente. Desde 2021, a dor crônica é considerada uma patologia pela Classificação Internacional de Doenças (CID)”.

Para Rafael, ainda existe preconceito entre os profissionais de saúde em relação à dor crônica. “A visão é que a dor é um sinal de que há uma lesão. Isso faz com que o paciente chegue a ser julgado. Hoje, nós temos um entendimento que a dor é um produto do cérebro e não algo de errado com o nosso corpo”.

O fisioterapeuta explica que é necessária uma nova abordagem no atendimento do indivíduo. “Temos várias formas para o tratamento da dor crônica. Seja de maior ou menor grau, é um trabalho interdisciplinar com a participação de vários profissionais, com o objetivo de dar outro manejo à pessoa. É preciso apresentar conceitos mais modernos e tirar a ideia de que a dor significa algo de errado com o corpo, junto com exercícios terapêuticos e mudança de comportamento”.

Rafael afirma que, muitas vezes, o paciente que está com uma dor crônica faz vários exames em busca de onde está o problema. “Nesse processo, acabam passando por procedimentos cirúrgicos que não resolvem a situação. Precisamos realizar um cuidado centrado na pessoa”.

Dentre os brasileiros que sofrem com dor crônica está a dona de casa Alice Ribeiro. “Tinha dores nas costas, não conseguia dormir direito e sentia muito cansaço. Depois de vários exames, sem nenhum resultado e passagens por vários médicos, fui descobrir que era fibromialgia. Hoje, pratico alguns exercícios físicos que me ajudam a lidar melhor com essa dor”.