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Hepatites são a maior causa do câncer de fígado

Foto: Freepik.com

O mês de julho acende o alerta para as hepatites, que são infecções que atacam o fígado. Dentre as suas variações está a B, uma das mais letais e contagiosas, podendo afetar qualquer pessoa e causar sérios problemas ao organismo humano. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2021, foram registrados cerca de 279.872 casos no Brasil, sendo 14.588 em Minas Gerais.

O infectologista Lucas Macedo explica que a patologia é provocada pelo vírus da hepatite B (VHB), que causa inflamações no fígado. “Caso não seja diagnosticada e tratada precocemente, pode evoluir para as formas mais graves da doença, incluindo cirrose hepática (perda do funcionamento do fígado) e até câncer”, alerta.

De acordo com Macedo, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas no início da infecção. “Com o passar do tempo, podem desenvolver sinais, como mal-estar geral, cansaço, falta de apetite, febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, olhos amarelados e urina escura”.

Ele esclarece que as principais formas de transmissão ocorrem pelo contato com sangue, fluidos e secreções corporais contaminados com o VHB. “Pode acontecer durante o parto da mãe infectada para o bebê, colocação de piercings, tatuagens, contato sexual, transfusão de sangue e hemoderivados, assim como uso de drogas injetáveis. É recomendável não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente e materiais de manicure e pedicure”.

Prevenção e tratamento

O infectologista reforça que a imunização por meio de vacinação é a estratégia mais efetiva na prevenção da infecção pelo VHB. “Outras ações são tratar os pacientes com a doença e interromper as vias de transmissão, realizar pré-natal adequado desde o início da gestação e a promoção de campanhas de conscientização sobre a importância de evitar o contato sexual desprotegido e do risco de contaminação a partir do uso de drogas injetáveis”, elenca Macedo.

A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses do imunizante, sendo uma ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, o esquema completo se dá com aplicação de três doses.

O infectologista lembra que o tratamento para quem recebeu o diagnóstico positivo está disponível no SUS. “Feita à avaliação, o paciente é inserido no protocolo clínico de diagnóstico e tratamento da hepatite B. Esse programa disponibiliza medicamentos capazes de controlar a infecção pelo VHB”, finaliza.