Lançado em 2002, o Tesouro Direto é um programa promovido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), junto com a Bolsa de Valores de São Paulo, que permite que pessoas físicas comprem papéis do governo federal. Esses títulos podem ser adquiridos na modalidade prefixada, atrelada a taxa básica de juros Selic ou pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É uma opção mais rentável que a tradicional caderneta de poupança.
Segundo dados divulgados pela STN, em dezembro do ano passado, o Brasil tinha 22.483.236 usuários cadastrados, sendo 2.129.196 investidores ativos, aumento de 17,4% em relação a 2021. 58,7% dos cadastrados aplicam até R$ 1 mil no Tesouro, num período de 1 a 5 anos e o título mais escolhido pelos investidores é o indexado a Selic, opção feita por 61,5%.
Agora, o Tesouro Direto poderá ser usado como alternativa ao planejamento da aposentadoria. O Tesouro RendA+, com prazos que vão de 7 a 42 anos. O investidor que planeja receber uma renda a mais quando se aposentar, pode aplicar nessa nova modalidade. Mas tem uma diferença em relação a outras modalidades, como explica o economista Diego Hernandez. “Ao fim do prazo de capitalização do título, o investidor receberá parcelas atualizadas pela inflação, correspondente ao seu montante, em até 240 meses. Ou seja, 20 anos. E esse é o maior diferencial em relação aos demais títulos do tesouro”.
Hernandez ressalta que antes de começar a investir na nova modalidade do Tesouro, o interessado tem que levar em consideração que o poder de compra dele atual será diferente quando ele for resgatar o valor aplicado. “Se pretende ter uma renda de R$ 5 mil, saiba que daqui 10 ou 15 anos não comprará a mesma cesta de bens de hoje. Portanto, ao escolher o valor pretendido no futuro, tenha em mente que a correção da inflação é uma variável que pode mudar completamente os ganhos”. O RendA+ logo na primeira semana após o seu lançamento conseguiu atrair 7.675 novos investidores, movimentando R$ 60 milhões.
Para a consultora financeira Loren Mendes, o Tesouro Direto tem mais vantagens. “É recomendado a todo perfil de investidor, mas alguns ajustes têm que ser feitos para obter um melhor resultado. A pessoa consegue ter acesso a boas opções de investimentos, com pouco dinheiro, além do baixo risco, uma vez que o mesmo é garantido 100% pelo Tesouro Nacional”.
“A poupança não é indicada há muito tempo, porém, alguns aspectos precisam ser avaliados antes de transferir os recursos dela para o Tesouro Direto. Existem vários tipos de papéis e nem todos são adequados. Portanto, o ideal é buscar orientação para tomar a melhor decisão em relação aos investimentos”, finaliza Loren.
Como investir
Para quem está interessado em começar a investir nos títulos do Tesouro Direto, basta ter o CPF ativo e ser cadastrado em uma instituição financeira habilitada a operar.