Temida pela maioria da população, a meningite é uma inflamação nas membranas que cobrem o cérebro e a medula espinhal, geralmente causada por uma infecção. De janeiro a dezembro do ano passado, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), foram registrados 822 casos e 116 óbitos pela doença em Minas Gerais. Se não for diagnosticada e tratada rapidamente, pode levar à morte ou deixar graves sequelas.
De acordo com a referência técnica em Meningites da SES-MG, Fernanda Barbosa, a patologia está controlada e não há registro de surtos. “Nos primeiros dias de janeiro, foram contabilizados 18 casos no estado”.
Os tipos mais comuns são a meningite viral e bacteriana. “A primeira é mais leve e pode ser causada por vírus, como do Sarampo e da Rubéola. Já a bacteriana é perigosa e com rápida evolução, ocasionada por diversas bactérias. As mais importantes são pneumococo e meningococo. Se um adulto ou criança estiver com sintomas, o recomendado
é buscar atendimento médico imediatamente. A demora pode deixar sequelas graves na pessoa ou levar a morte”,
explica a infectologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Daniela Caldas.
A transmissão da doença ocorre por meio de vias aéreas pelo contato com pessoas portadoras do vírus. “Ela pode acometer todo tipo de pessoa em qualquer faixa etária, sendo as crianças menores de 5 anos o grupo mais propenso e de maior risco. Os sintomas de ambos os tipos de meningites são bem parecidos, sendo os mais comuns a febre alta repentina, dor de cabeça forte e dificuldade para mover o pescoço. Também podem surgir outros sinais mais raros, como náuseas e vômitos”.
Importância da vacinação
A cobertura vacinal para a meningite ficou abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde e também pela SES-MG. “Não alcançamos esse índice há alguns anos. No ano passado, a taxa foi de 82%. É muito importante a imunização para prevenir os casos graves da doença”, reforça Fernanda.
O governo de Minas expandiu o público-alvo para receber a vacina Meningocócica C. Podem ser imunizados contra a meningite jovens de 16 a 30 anos, estudantes e, sem limite de idade, professores e trabalhadores da educação superior e profissionais de saúde. A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para a faixa etária ampliada, até fevereiro de 2023.
A vacina meningocócica C (Conjugada) está contemplada no Calendário Nacional de Vacinação e é recomendada aos 3 e 5 meses de idade e um reforço aos 12 meses. Além disso, atualmente, também está disponível para adolescentes de 11 e 14 anos a vacina Meningocócica ACWY