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48% das empresas pretendem contratar no segundo trimestre

Expectativa chega a 25% em Minas – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As empresas brasileiras pretendem elevar o número de colaboradores em 48% no 2º trimestre de 2025, é o que aponta a Pesquisa de Expectativa de Emprego, desenvolvida trimestralmente pelo ManpowerGroup, empresa de soluções de força de trabalho. Se comparado com o trimestre passado, houve um acréscimo de 4 pontos. Atualmente, o Brasil ocupa o 12º lugar do ranking Expectativa Líquida de Emprego, calculada subtraindo-se empregadores que planejam fazer reduções na equipe daqueles que pretendem contratar. Para o período de abril a junho, essa taxa média é de 26% no país, apontando redução de 1% em relação ao trimestre passado.

A pesquisa destaca também que as empresas de porte de 250 a 999 colaboradores estão mais propensas a contratar, 37%; seguida pelas instituições que possuem de 1.000 a 4.999 trabalhadores (32%); e acima dos 5 mil funcionários (29%). Entre os segmentos com expectativas mais altas, o de tecnologia da informação lidera com 39%. Em segundo, vem o setor de serviços de comunicação (38%) e em terceiro, saúde e ciências da vida (36%).

De acordo com o diretor do ManpowerGroup Brasil, Nilson Pereira, o início do ano costuma ser marcado por incertezas econômicas e 2025 não foi diferente. “No entanto, à medida que o cenário vai se consolidando ao longo do primeiro trimestre, as empresas começam a ter uma visão mais clara sobre o que esperar e, consequentemente, aumentam os investimentos em contratações”.

O economista Gelton Pinto Coelho ressalta que o Brasil encontrou um caminho consistente de crescimento econômico e também de ampliação do emprego e da renda. “Assim, empresas têm buscado melhorar seus quadros técnicos visando se preparar para atender às demandas. Esse cenário positivo pode melhorar ainda mais se os programas de financiamento da indústria e do agro surtirem efeito ainda neste ano de 2025”.

“A melhoria da renda e a consistência no emprego e a possibilidade de melhoria salarial, faz com que o consumo da população gere rentabilidade adequada. A conquista de novos mercados externos gera possibilidades ainda maiores. Internamente, setores estratégicos integrados à Nova Indústria Brasil têm demanda garantida nas compras governamentais, como foi o caso da produção de insulina e de outros produtos de saúde nas últimas semanas em Minas”, observa o profissional sobre os benefícios dessas projeções na economia.

Coelho pontua ainda que à medida que o país se especializa, setores como o de tecnologia da informação ampliam seus investimentos. “A produção, organização e análise de dados é fundamental para qualquer decisão. Neste sentido, as empresas investem cada vez mais na compra de equipamentos e serviços. Na medida em que crescem os serviços digitais, amplia-se a necessidade de garantir segurança ao consumidor nas transações pela internet e também, a Lei Geral de Proteção de Dados passou a responsabilizar quem não cuida corretamente das informações. Certamente, haverá crescimento e ampliação das contratações neste ano e nos próximos”.

Expectativas dos estados

Conforme o estudo, Minas Gerais aparece em quarto lugar, em relação as expectativas de emprego no Brasil, com 25%. Atrás de São Paulo (50%), Rio de Janeiro (34%) e outras regiões (30%). A cidade de São Paulo (24%) e Paraná (23%) fecham a lista.

Sobre o índice de Minas, comparado com o nacional, o economista explica que o Estado está parado em termos de melhorias logísticas. “Não temos projetos claros de expansão das ferrovias, nossas estradas estão cada vez piores e com manutenções inadequadas. Isso, obviamente, interfere decisivamente nas decisões pessoais. Mesmo com renda e setores altamente especializados, o sentimento pessoal, por vezes, reduz o ímpeto de avançar”.

Ele finaliza dizendo que, no geral, não há motivos para neste momento não ser otimista. “Para isso, é fundamental ampliar as reformas já iniciadas, como foi o caso da reforma tributária. Assim, as pautas econômicas precisam substituir as discussões atrasadas que o Congresso propõe hoje. Os avanços dependem de melhores leis, de mais justiça tributária e da melhoria da distribuição da renda no país. Quanto mais concentrada, piores serão as nossas possibilidades de competição num mundo cada vez mais conectado”.