A disputa pela escolha do futuro presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) é um terreno movediço. A cada hora surge uma informação nova, mas não existe um nome capaz de apostar em um prognóstico.
Há, inclusive, um aconselhamento no sentido de que o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), não jogue tão pesado para demonstrar a pretensão de influenciar em favor de um dos candidatos. Essa tese agrada a alguns dos competidores. Afinal, essa postura do chefe do Executivo estadual conceberia espaços para representantes como o deputado Tadeu Martins Leite (MDB), mais conhecido como Tadeuzinho.
Ele continua firme em sua candidatura, mas, a amigos tem confessado que não observa motivos para exacerbado antagonismo em relação ao Governo do Estado, pois, como seu projeto é de um grupo, o consenso sempre prevalecerá.
Como em política tudo pode acontecer, já se fala, até mesmo, na possibilidade do deputado governista Zé Guilherme (PP) ser ungido como companheiro de chapa de Tadeuzinho na qualidade de primeiro-secretário, cujo cargo, atualmente, vem sendo ocupado pelo deputado emedebista.
O assunto ainda está sendo tratado de maneira reservada, no entanto, como se diz no ditado popular: “onde há fumaça, há fogo”. Assim, o que hoje é especulação, amanhã pode se transformar em fato concreto. Caso o tema seja levado a efeito, seria uma espécie de pacto, unindo algumas forças políticas e grupos que se enfrentam, especialmente na hora de votações mais importantes no plenário da ALMG.
Enquanto isso, o primeiro vice-presidente da Casa, Antonio Carlos Arantes, tem visitado deputados novatos, além de manter uma linha direta com membros da atual diretoria e dialogar com nomes veteranos. E, caso assuma a presidência do Poder Legislativo, por um curto período, diante da possibilidade do deslocamento de Agostinho para Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), as vantagem de Arantes nesta empreitada eleitoral seria incomensurável.
Em curso
Há cerca de um mês, emissários de Zema estão em ação para conquistar apoio no pleito eleitoral para o novo presidente da ALMG. Contudo, quem segue comandando o cenário é o atual gestor da Casa, Agostinho Patrus, agora, oficialmente, nomeado como conselheiro do TCEMG.
Atuando sempre de maneira discreta, Agostinho, na avaliação de alguns colegas de parlamento, se posiciona sem ter que fazer gestos bruscos. A verdade é que todos sabem de sua predileção quando o assunto é esse.
Cansado de arriscar um diálogo mais direto com o presidente, o deputado Gustavo Valadares (PMN), um dos candidatos, resolveu jogar a toalha. Segundo o que se ouve pelos corredores, ele tem encontrado dificuldades de fazer andar o seu projeto de eleição interna na Casa. Por isso, tem se colocado como uma espécie de terceira via no âmbito dos nomes preferidos pelo Palácio Tiradentes.
Entretanto, como em política tudo é possível, os amigos de Valadares projetam uma possível divisão ou até mesmo desavença entre dois outros candidatos governistas: Roberto Andrade (Avante) e Antonio Carlos Arantes (PL). E, caso isso ocorra, o parlamentar do PMN seria ungido com o apoio de Mateus Simões (Novo), vice-governador eleito, e do secretário de Governo, Igor Eto, articuladores em favor da chapa oficial.