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Em Minas, 34% dos empresários pretendem contratar novos funcionários até o fim de ano

Foto: Pixabay

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) mostra que, aproximadamente, um terço (34%) dos donos de bares e restaurantes do estado planejam contratar novos funcionários até o fim do ano. Pouco mais da metade (56%) dos entrevistados planeja manter o quadro de empregados atual e apenas 10% têm a intenção de demitir nesse período.

O presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel, esclarece que hoje existem menos bares e mais empresas, porque esses estabelecimentos fecharam as portas e os desempregados se tornaram microempreendedores individuais (MEIs), trabalhando principalmente com delivery. “Temos um número maior de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJs) empregando menos pessoas e o que nós vemos é que a quantidade de trabalhadores que tínhamos antigamente em restaurantes diminuiu, porque eles aprenderam a ficar mais eficientes, o que antes se fazia com 10 funcionários, hoje se faz com 8. Muitos decidiram investir em tecnologia para ter mais produtividade com menos mão de obra, por isso, o mercado não deve voltar a ter o mesmo número de empregados de antes”.

Após a fase mais crítica da quarentena, um dos setores mais atingidos pela COVID-19 vive seu melhor momento. Julho foi o mês em que houve a maior redução do número de bares e restaurantes ainda trabalhando no vermelho (18%). E a maioria (45%) teve lucro, enquanto 37% operaram no equilíbrio, segundo a Abrasel-MG. Nesse mesmo mês, 68% dos estabelecimentos tiveram faturamento maior que no mesmo período de 2021. 15% dos donos disseram ter tido diminuição no lucro, enquanto que 15% mantiveram o mesmo nível.

Daniel diz que a retomada do setor começou no meio do ano, com o Dia dos Namorados. “Foi o marco da mudança. Dali para frente, com menos restrições e a desobrigatoriedade da máscara, foi o que contribuiu para a recuperação. A expectativa é que nesse segundo semestre, o faturamento seja igual ao mesmo período de 2019, o que é bom para quem está vindo de uma pandemia”.

Carlos Magalhães, dono de um bar na região Norte de BH, diz que, durante a crise sanitária, pensou que iria perder seu negócio, mas desde o final de 2021 as coisas vêm melhorando. “Hoje estou até contratando funcionários para completar a equipe este ano, algo que parecia surreal até meses atrás. Estamos indo bem nas contas e temos uma expectativa de crescimento para a Copa do Mundo e os feriados em dezembro, que são períodos de muita movimentação”.

Diego Oliveira estava desempregado desde março e acabou de ser contratado como garçom em um bar da região Centro-Sul. “Estou aliviado por arrumar um trabalho depois de tanta procura. Finalmente, vou poder colocar minha vida no lugar de novo. Essa foi uma oportunidade que não podia perder. Os bares estão voltando com tudo e as pessoas parecem que querem mesmo sair e viver, por isso, alguns que diminuíram a equipe na pandemia, agora precisam fazer novas contratações, o que pode ser bom para muita gente como foi para mim”.

Dívidas

Apesar das boas notícias, o fantasma da crise sanitária que afetou diversos setores da economia brasileira ainda se mostra presente. Para salvar o negócio, muitos empresários buscaram empréstimos e tentaram renegociar dívidas antigas para manter as portas abertas, porém alguns parecem ter dificuldades em quitá-las.

O levantamento da Abrasel-MG mostra que 87% dos respondentes estão no regime do Simples Nacional, e 38% deles têm parcelas em atraso. 40% disseram ter aderido ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos (Relp). 75% dos donos de bares e restaurantes mineiros têm empréstimos contratados. Entre os que recorreram a empréstimos regulares, o atraso é de 31%. A inadimplência entre os que aderiram ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) é de 12%.

“A maior parte está com lucro ou em equilíbrio, mas o problema é o endividamento dos bares e restaurantes, que faz com que a situação não seja tão saudável. Alguns ainda precisam aumentar o faturamento para poder equilibrar essas contas”, conclui o presidente da Abrasel-MG.