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Romeu Zema enfrenta percalços políticos

Zema teve dificuldade de escolher o seu vice / Foto: Poder 360

Essa foi mais uma semana em que a cúpula do Partido Novo mineiro não teve condições de definir um nome para ser companheiro de chapa do governador Romeu Zema. Mas essa dificuldade não chega a ser novidade, só que, enquanto isso, Alexandre Kalil (PSD), adversário principal ao governo, já está com a sua chapa alinhavada e percorreu mais de 40 cidades do estado. A finalidade dele é se tornar mais conhecido e, por onde passa, leva sempre uma mensagem de compromisso caso seja eleito e de ser um governador realizador, mencionado sua parceria com o presidenciável petista Lula que, na sua avaliação, tem compromissos com os mineiros.

Politicamente, Zema tem demonstrado toda a sua inexperiência. Por exemplo, atendendo sugestões do setor empresarial, recebeu com boa intenção o nome do comunicador Eduardo Costa para ser o seu vice. De imediato, deixou a informação vazar à imprensa, sem, contudo, procurar o partido político ao qual o jornalista é filiado. Resultado, houve um enorme empecilho.

Recentemente, ele exaltou a qualidade da sua secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag), Luísa Barreto, uma tucana de carteirinha, mas acabou se esquecendo que o seu vice-governador Paulo Brant também é tucano e que, ao longo do governo atual, foi deixado no limbo.

Em seu discurso político, o titular do Palácio Tiradentes tem criticado nominalmente o ex-governador Fernando Pimentel (PT) e isso facilita ainda mais a vida política de Kalil que, por enquanto, não recebe censuras dele. Atualmente, o próprio Pimentel ironizou: “Até parece ser eu o candidato de oposição ao Zema”.

Kalil no interior

O jogo político estadual começa a ser jogado para valer. Tanto que Kalil, popular na Grande BH, segundo as pesquisas, embrenhou-se pelo interior afora ao mesmo tempo que concede entrevistas a órgãos de imprensa regionais diariamente.

Se o ex-prefeito é poupado por Zema, Kalil não evita atirar críticas de estilingue na vidraça do seu adversário. Em sua avaliação, a adesão do governo mineiro ao plano de recuperação fiscal do governo federal, tema endossado pela administração da Cidade Administrativa, é algo que vai comprometer o crescimento econômico nos próximos anos em Minas. Além disso, os funcionários públicos de todos os segmentos podem ficar até 10 anos sem qualquer tipo de reposição salarial”. As ironias não param, Kalil ainda repetiu: “O governador é muito amigo do Jair Bolsonaro (PL), mas não trouxe nada para Minas. Acabamos de cair na Lei Kandir II, é outro cano – redução do ICMS sem compensação -”.

Na sequência, mas farpas. “Zema é o primeiro governador da história de Minas que não tem maioria na Assembleia Legislativa”. Procurando desconstruir a imagem de um político simples, o ex- -prefeito de BH, fez outra censura: “A população quer um governador que governe, não um que reine”.

Demonstrando não estar para brincadeira, Kalil alfinetou mais uma vez: “Não quero ser ‘educadinho’ e não fazer nada. O plano é recuperar um estado que tem uma década perdida. Nós vamos usar a nossa experiência de Belo Horizonte e aplicar em Minas Gerais. Tem que botar a botina e correr atrás, na educação, na saúde, na infraestrutura. Temos que parar de achar que pagar salário em dia é plataforma política. Plataforma é melhorar a vida. Saúde é prioridade, mais do que tudo. Quem chega ao posto de saúde e não encontra remédio, é muito grave”, disse o ex-prefeito.