As grandes cidades que, por séculos a fio, foram palco de sonhos coloridos de muitas pessoas, especialmente, para aquelas que nasceram nos rincões dos países, já não têm o encanto estrelado como outrora. Agora, tantas demandas sociais e, sobretudo, a pandemia parecem ter levado a humanidade a refletir e o empilhamento de cidadãos nas megalópoles já não é um desejo da juventude.
A nova geração não tem interesse em se mudar para apartamentos pequenos nas capitais. É o que aponta o relatório “Agentes da Mudança”, divulgado recentemente. A pesquisa realizada pela Electrolux investiga as tendências da juventude em relação ao futuro. O estudo entrevistou 13.886 pessoas de 13 países, incluindo o Brasil, com idades entre 15 e 20 anos.
De acordo com a sondagem, o jovem idealiza morar em uma casa (32%) na zona rural ou interior (33%). Para essa juventude mundial, a vida na cidade grande está quase sempre associada ao estresse e ao consumo.
Segundo a consultora do mercado imobiliário, Arlene Gomes, é importante ressaltar que a pesquisa foi realizada no período da pandemia o que, certamente, impactou o resultado. “Há uma mudança de comportamento e uma reflexão sobre a moradia e não só onde, mas como morar”, afirma.
Arlene observa que quem vive em munícipios menores tem um dia a dia mais calmo. “Com base nos meus clientes, noto que quem está em cidades menores vive, de fato, uma vida mais tranquila. Pessoas com filhos pequenos têm migrado para o interior por variados motivos, mas, especialmente, buscando qualidade de vida”.
Fundamentalmente e, do ponto de vista da saúde e da espiritualidade, quem sobreviveu à crise sanitária vai refletir bastante e planejar melhor o futuro. E os jovens têm todo o direito de pensar de maneira diversa de seus pais e, quem sabe, daqui a algumas décadas, seguir um roteiro diferente deste que vivenciamos em 2021, inclusive abandonando a correria, desacelerando e, com isso, deixando para trás velhos costumes de uma sociedade megaconectada.
Ao que tudo indica, essa é uma tendência que veio para ficar. E seja no interior ou na capital, enquanto as pessoas repensam sobre suas moradias, o mercado imobiliário aquece. “O setor foi beneficiado com a pandemia, os cidadãos começaram a pensar sobre o lar com uma reflexão diferente. Agora, elas imaginam um escritório, um espaço para os filhos porque virou o local de morar, trabalhar, estudar, de tudo. A COVID-19 fez com que os indivíduos reformassem os ambientes que estavam, comprassem ou alugassem outro imóvel. Além dos incentivos fiscais do governo para facilitar esse movimento do mercado. As imobiliárias que estavam preparadas se fortaleceram neste período. Empresas que demorariam 5 anos para aplicar algum tipo de tecnologia tiveram.