Se você é observador já deve ter notado que o número de pessoas que estão fazendo atividade física aumentou, seja na rua ou na academia. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2017, elaborada pelo Ministério da Saúde, a quantidade de atletas cresceu 194% de 2006 a 2017.
Entre os exercícios mais praticados pelos brasileiros, a musculação (17,7%) perde apenas para caminhada (33,6%). Na sequência aparecem o futebol (11,7%) e as lutas e artes marciais (2,3%).
O professor e coordenador do departamento de musculação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Vítor Lima, diz que a prática dessa atividade física tem resultados positivos em qualquer faixa etária. “Além das alterações estéticas, que impacta no aumento da autoestima, a musculação causa bons resultados do ponto de vista ortopédico, endócrino e neurológico. Ademais, ela também é recomendada para melhorar o desempenho esportivo, seja de atletas amadores ou profissionais”.
Como toda atividade física, a musculação também pode trazer riscos caso não seja praticada da maneira correta. “Tudo depende da forma como os exercícios serão prescritos. Se as atividades forem condizentes com as limitações físicas, a prática irá ajudar; porém, se a carga for acima, com certeza vai prejudicar. Ressalto que o único profissional que pode conduzir essa modalidade é o educador físico, pois ele tem formação acadêmica para tal”.
A dica do professor para quem está começando é seguir à risca o que foi prescrito na ficha. “É preciso tomar cuidado com o modismo. Agora está na moda influenciadores digitais postarem os treinos nas redes sociais e isso pode ser perigoso, pois aquela sequência de exercício é destinada para aquela pessoa que está há anos treinando e não para quem começou ontem, por exemplo. Há uma ilusão de que a mudança no corpo venha de maneira rápida e isso não acontece”.
Mudança de vida
A administradora Lorena Carvalho procurou a musculação depois de recomendação médica. “Por trabalhar sentada mais de 8 horas diárias, sentia muitas dores na coluna. Procurei um ortopedista e ele me recomendou fazer alguma atividade física para fortalecer a região e a musculação foi a opção”.
Ela relata que o começo foi difícil. “Como havia anos que não praticava nenhuma atividade física, meu corpo estranhou. Sentia dor nas articulações e ficava com preguiça de ir, mas, a minha sorte é que, na mesma época que comecei a malhar, a menina que divide apartamento comigo também começou e me animava”.
Após 2 anos, a administradora conta que já percebe os resultados. “Emagreci 5 quilos e sinto que tenho mais ânimo para as atividades do dia a dia, desde subir escadas até sair à noite”.
Já Gislaine Izidro usa a musculação como trabalho, pois ela é personal trainer e fisiculturista. Campeã mineira da modalidade, Gislaine diz que malha há 10 anos e, para conseguir alcançar seus resultados precisou combinar treinos e alimentação adequada. “Malho 6 vezes na semana e, sem o acompanhamento adequado, não se consegue ter definição da musculatura. É preciso um treinamento específico e ter muita paciência, persistência, disciplina e dedicação. Quando chega uma aluna querendo um corpo semelhante ao meu, primeiro trabalho o psicológico, pois isso não se alcança da noite para o dia”, finaliza.