O mercado brasileiro de sorvete tem se mostrado atraente e vive um momento de leve expansão. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), a expectativa é de aumento de 1% na produção em 2019, chegando a um faturamento acima de R$ 13 bilhões. Para se ter uma ideia, foram consumidos mais de 1 bilhão de litros do produto no ano passado. A fim de impulsionar ainda mais as vendas, empresários do setor estão de olho nas tendências e apostam na criatividade.
O país tem mais de 8 mil empresas ligadas à produção e comercialização de sorvete e responde pela geração de 75 mil empregos diretos e 200 mil indiretos. “Esse número também inclui os vendedores ambulantes em carrinhos pelas ruas. Somente essa parte representa mais de 40 mil ocupações”, explica Eduardo Weisberg, presidente da Abis.
Mas, apesar dos números expressivos, o que tem prejudicado um crescimento maior nos últimos anos são os problemas econômicos pelo qual o país passa. “Isso tem afetado não só a indústria de sorvete, mas também outros segmentos, fazendo com que haja uma ligeira queda nas vendas e nosso resultado não seja tão positivo”.
Além disso, o Brasil é o sexto no ranking em questão de consumo, ficando com a média de 5,3 litros/ano por pessoa. A região Sudeste responde por 52%; o Nordeste por 19%; o Sul, 15%; o Centro-Oeste, 9%; e o Norte, 5%.
A Nova Zelândia é o país que mais consome o produto, chegando a 28,3 litros/ano por pessoa, em seguida vêm os Estados Unidos com 20,8 litros. “A questão é que o brasileiro ainda não entende o sorvete como um alimento. Ele possui um alto valor nutritivo e pode ser consumido o ano inteiro, não importa se está muito calor ou frio”, afirma.
Para alavancar as vendas, Weisberg diz que é preciso inovação. “Não é somente mudar o sabor do produto. Tem que rever a maneira de atender o público, oferecer qualidade e fazer diferente para tentar se destacar dos concorrentes. A Abis fornece todas as informações e orientações aos empresários para que eles possam criar suas próprias estratégias pensando em seu público-alvo”.
Produtos novos
O empresário Paulo Lages realizou uma pesquisa de mercado e desenvolveu um novo produto para surpreender o consumidor. “Na época do verão as vendas são excelentes, mas chega esse tempo mais frio as pessoas buscam menos. A solução foi colocar algo mais quente no cardápio e tivemos a ideia de criar uma sobremesa que leva bolo de chocolate, sorvete e calda quente. Ela é servida em uma caneca e é um dos produtos que mais vende. Os preços variam entre R$ 15 e R$ 20. Costumo vender uma média de 150 unidades em um final de semana”.
Quem também busca inovação é o empresário Aroldo Ferreira. “É preciso algo novo para chamar atenção da clientela. Nossa aposta é no petit gateau com morangos e uma bola de sorvete. Também temos a opção de brownie recheado. Essa mistura do quente e do frio é sempre uma boa pedida. O prato acompanha chocolate quente com chantilly”. Ele diz que o faturamento da empresa cresceu 10% em relação ao ano anterior. “Planejamos abrir uma outra unidade e contratar mais cinco funcionários. O investimento da primeira foi de cerca de R$150 mil”, conclui.