Envolto nos problemas financeiros que assolam a administração pública de todas as prefeituras mineiras, os prefeitos, em geral, não querem ouvir a palavra sucessão. Se os atuais titulares pensam assim, não compactuam com eles os representantes das oposições. Eles partem do princípio que quanto maior for o caos na gestão, mais fácil se torna a conquista municipalista no pleito de 2020. Quanto ao interesse da população, por conta do pragmatismo político, isso ainda é algo não cogitado.
Colégios eleitorais
Para além da sucessão de Alexandre Kalil (PHS), líder disparado na preferência dos eleitores conforme pesquisa recente em Belo Horizonte, no segundo colégio eleitoral, Uberlândia, o atual prefeito Odelmo Leão (PP) ainda continua abatido. Ele não demonstra qualquer interesse em discutir o tema, mas, por outro lado, também não libera seus aliados para caminharem com as próprias pernas para as eleições do próximo ano. Enquanto alguém no grupo não tem seu nome fortalecido, continuam os comentários sobre quem enfrentaria o pleito na capital do Triângulo Mineiro. Entre eles, o deputado federal Weliton Prado (Pros) e o estadual Leonídio Bouças (MDB).
Se fizer um trabalho de fôlego, especialmente divulgando suas realizações, o prefeito de Contagem, o terceiro maior colégio eleitoral do estado, teria, segundo avaliação de políticos locais, chances de se reeleger. Para eles, Alex de Freitas é um nome leve, de fácil comunicação pessoal e que conseguiu muito apoio de Brasília para realizar ainda mais obras. A sua oposição não é tão extensa, mas a deputada petista Marília Campos se almejar o posto, pode ser uma tremenda dor de cabeça ao atual titular.
Estranhamente, o prefeito de Montes Claros, Humberto Souto (PPS), do alto dos seus 83 anos, não tem um opositor natural. De estilo peculiar, sem se incomodar em oferecer mimos aos vereadores, Souto pode ter como adversário o ex-prefeito Ruy Muniz (PSD). Isso é se, até lá, Muniz conseguir se desvencilhar dos processos contra ele. Afora o ex-prefeito, no âmbito dos atuais parlamentares, o único deputado capaz de aceitar o desafio seria Gil Pereira (PP). Aliás, ele é bem próximo ao atual chefe do executivo.
Atualmente, Ipatinga borbulha em problemas políticos. De 5 anos para cá, a todo instante acontecem situações que complicam ainda mais a administração da cidade, como a cassação de prefeitos, suspensão de mandatos temporários, etc, paralisando o desenvolvimento de projetos e diminuindo os investimentos para o município. No que diz respeito às eleições, não se tem muita ideia. O que pode ocorrer é o retorno da família Quintão, por meio do patriarca Sebastião Quintão (MDB). A deputada Rosângela Reis (Pode), que sempre almejou o posto de chefe de Executivo local, pode ficar fora desta batalha por problemas familiares.
Em Coronel Fabriciano, o prefeito Marcos Vinícius (PSDB) está apostando em um trabalho diferenciado nesses 2 anos para buscar o apoio da população. Na cidade, a oposição é sempre capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores. Os petistas têm a opção de lançar o nome do ex-prefeito Chico Ferramenta, mas há uma forte tendência sobre o nome do ex-presidente da Câmara, o vereador Marcos da Luz.
Tendo assumido o cargo de prefeito em meados do ano passado, Antônio Almas (PSDB) comanda Juiz de Fora com uma administração enxuta, conseguindo manter grande parte dos compromissos financeiros em dia, o que tem lhe rendido um bom resultado popular. Caso decida buscar a continuidade no cargo, seu principal opositor seria o conselheiro do Tribunal de Contas, Sebastião Helvécio (PDT), segundo se comenta nos bastidores da Assembleia Legislativa.