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Especulação: Zema pode deixar o partido Novo

As críticas contra o governo de Minas aumentaram nessa semana, a começar pela falta de comunicação do próprio governador Romeu Zema (Novo) com a população. Ele insiste em ter como aliado apenas as redes sociais, canais que, na avaliação de especialistas, são insuficientes para esclarecer aos milhões de mineiros os problemas do Estado e, consequentemente, os projetos de seu governo.

Sobre esse assunto, também nota-se um elevado grau de insatisfação dos deputados estaduais em relação às decisões da Cidade Administrativa. Segundo interlocutores, são muitas reuniões e conversas, porém, poucos resultados práticos. Para piorar, começa a circular nos bastidores da Assembleia a sugestão para que o governador peça desfiliação do Partido Novo. A tática vislumbra a filiação a uma sigla maior, o que o auxiliaria na conquista por espaços e garantiria sua governabilidade. O assunto é polêmico, mas os defensores da tese lembram: o Novo só tem 3 parlamentares na Casa Legislativa de um total de 77. Portanto, pertencer a uma estrutura maior poderia facilitar os trâmites dos projetos em andamento.

Algumas autoridades próximas ao governador foram sondadas sobre essa chance. Todos são unânimes em dizer que o estatuto do Novo não permite esse tipo de atitude.

Entretanto, não é o que afirma o advogado Mauro Bomfim, especializado em direito eleitoral. Segundo Bomfim, Zema, por exercer cargo majoritário, pode perfeitamente sair e entrar em qualquer partido a hora que bem quiser. Segundo o advogado, a legislação, já confirmada por uma súmula do Superior Tribunal Eleitoral (STE), garante essa liberdade para todos os ocupantes de cargos majoritários, como governador e senador.

Pressão
A semana de Zema ainda contou com a pressão do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda (MDB). Lacerda, indignado com a falta de cumprimento da promessa do governo mineiro de transferir cerca de R$ 1 bilhão dos impostos arrecadados pertencentes aos municípios, não tem poupado críticas ao governador.

Inclusive, o poder de pressão do presidente da AMM sobre o executivo aumentou depois de reeleito. Durante o pleito, vários prefeitos declararam que votaram em Lacerda, candidato de chapa única, por acreditarem que ele tem o perfil capaz de continuar defendendo os interesses da classe junto ao poder estadual.

Fora Zema?
É possível que, em breve, a oposição mais radical ao Palácio da Liberdade inicie manifestações mais contundentes contra o titular do governo de Minas. Fala-se até na volta daquela velha frase: “Fora Zema”. Nos bastidores da Copasa são milhares de servidores revoltados com a pretensão da venda da empresa por conta do reajuste fiscal.

Sobre o projeto de lei que propõe a venda da Cemig é de conhecimento que, há mais de um mês, acontecem reuniões com cerca de mil pessoas, entre pequenos empresários, advogados, engenheiros e sindicalistas, que se preparam para enfrentar o governo nas ruas quando a proposta chegar à Assembleia.

A ideia é levar o povo para a rua em protesto contra a privatização da companhia. Cerca de 20 dias atrás, um dos participantes do movimento previu a possibilidade de em um único dia levar milhares às praças públicas de diversas cidades mineiras.

Outro ponto é que até o momento o serviço de inteligência palaciano não conseguiu detectar os motivos que levam empresários do ramo de eletrodomésticos e supermercadistas a não estarem em paz com o governador do Estado.