A história da medalhista de ouro Rafaela Silva, criada na Cidade de Deus, Rio de Janeiro, chamou a atenção nas Olimpíadas Rio 2016. O ex-feirante Robson Conceição, medalha de ouro no boxe, tem trajetória familiar semelhante. Pobres, tiveram apoio de políticas de inclusão, se tornaram atletas e superaram a desigualdade de berço. O gosto dos brasileiros pelas histórias de superação por meio do esporte parece não ter comovido os candidatos à presidência da República. A maioria sequer cita a palavra em seus planos de governo. Os que mencionam não trazem objetividade e clareza.
Apesar de ter tido sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Inácio Lula da Silva (PT) traz referência ao esporte. Assim como Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL), João Amoêdo (Novo) e José Maria Eymael (DC). Nos programas de Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB), Bolsonaro (PSL), João Goulart Filho (PPL), Vera (PSTU) não consta a palavra.
Para o Wescenlau Madeira, diretor da organização social de incentivo ao esporte, cultura e lazer “De peito aberto” que já atendeu mais de 15.000 crianças e jovens, é difícil compreender que temas como saúde e educação não abranjam o esporte como ferramenta de apoio e desenvolvimento. “No Brasil não se enxergam o treinamento esportivo como elemento de desenvolvimento de sinapses nervosas para a educação de jovens e crianças e como principal fonte de economia em gastos com saúde pública”.
“Falta no Brasil incentivo ao esporte nas universidades e faculdades, que são grandes celeiros de atletas nos EUA, Canadá, Inglaterra”, opina Emanuel Carneiro, presidente da rádio Itatiaia, apresentador e comentarista esportivo.